Recife/PE,
janeiro de 2013 – Exemplar nO 00053 – Publicação Mensal
Barreiras
acústicas abertas
As barreiras acústicas são anteparos acústicos destinados a
isolar determinado espaço físico de emanações de ondas sonoras provenientes de
fontes geradoras de ruído. Existem diversos tipos de barreiras acústicas, como
por exemplo, as utilizadas em rodovias contra o ruído gerado pelo transito, as
enclausuradoras de máquinas e equipamentos, as absorvedoras da energia acústica,
as refletoras da energia acústica, etc
Neste artigo, nos deteremos apenas nas barreiras acústicas do tipo
“parede” ou “aberta” e aplicadas ao ruído ocupacional.
Esses equipamentos podem contribuir muito na luta contra o ruído
ocupacional, principalmente nos ambientes laborais onde o ruído gerado
ultrapassa os 100 dB(A). Através da literatura técnica especializada e
disponível através dos meios físicos e magnéticos, sabemos da deficiência dos
protetores auditivos para níveis de ruído acima dos 100 dB(A). Um nível de
ruído de 110 dB(A), por exemplo, poderá
ser atenuado para 90 dB(A) apenas com a instalação de uma barreiras acústica
devidamente dimensionada. Daí fica bem mais fácil conseguir um NRR – Nível de
Redução do Ruído abaixo no NAP – Nível de Ação Preventiva por meio da
utilização de protetores auditivos. Reduzir 10 a 15 decibéis com uso de
protetores auditivos é possível. No entanto, pretender reduzir 110 dB(A) com
uma conchinha ou um pluguinho é utopia demais. A velha ladainha de que o
trabalhador faz uso dos dois tipos de protetores (Plug e concha) e por isso
está protegido não passa de falácia. Na verdade, o uso conjugado desses
equipamentos acrescenta apenas mais 5 dB ao maior NRR. A razão entre benefício e
desconforto/rejeição é insignificante do ponto de vista da saúde ocupacional.
Não esquecer que existem também outros métodos preventivos, como é o caso da
redução dos tempos das exposições por meio de rodízios, etc É nesse contexto que entram as barreiras
acústicas.
A instalação de uma barreira acústica deverá ser precedida de
projeto para dimensionamento em virtude das características do ruído presente
no ambiente e do objetivo ou resultado esperado após a instalação deste EPC –
Equipamento de Proteção Coletiva. Tal estudo deverá embasar a parte técnica e a
legal. Enquanto a base legal aponta para o resultado que deverá ser conseguido,
a base técnica ou engenharia aponta para os procedimentos a serem seguidos para
obtenção desse resultado.
Considerando que a trajetória do som é interrompida com a
colocação de uma barreira, ocorre que uma parte da energia sonora é refletida
ou dispersada e a outra é absorvida pelo material ou transmitida através da massa
da barreira. A energia sonora ainda pode
ser difratada pelo topo da barreira (Figura 1). As ondas sonoras transmitidas e
refletidas dependem das propriedades do material que constitui a barreira,
enquanto que o ruído difratado depende da sua localização e dimensão. As porções
de energia sonora que agem diretamente sobre os trabalhadores expostos
consistem nas porções transmitidas e difratadas.
Para que os materiais utilizados em equipamentos de redução de
ruído fiquem complemente caracterizados quanto às suas propriedades acústicas é
necessário realizar ensaios laboratoriais focados no material a fim de determinar
o coeficiente de absorção e nas propriedades do material em relação ao isolamento
sonoro aéreo, de difração e de reflexão.
Os ensaios são realizados de acordos com as normas técnicas nacionais e
internacionais.
Podemos classificar as barreiras acústicas em dois grandes
grupos: As absorventes e as refletivas.
As absorventes reduzem o som refletido sobre a superfície da mesma. Por
isso, são mais comumente utilizadas em isolamentos de ambientes fechados. Seu
funcionamento consiste na perda de energia acústica através da penetração das
ondas sonoras nas muitas rugosidades e cavidades existentes na superfície da
parede ou revestimento. Já as barreiras refletivas impedem a passagem do som
através da reflexão do mesmo. Em termos práticos nenhuma parede é totalmente
absorvente ou refletiva.
O coeficiente de absorção de uma superfície depende do tipo de
material, ou seja, do peso por unidade de superfície do material e das
freqüências componentes do som incidente.
Sendo: R = a x S/1 – a; Com: a=Coeficiente médio de absorção do
material da barreira; S=Área total da superfície da barreira utilizada;
Então: a = a x S / S;
Uma superfície absorvente ideal possui coeficiente de absorção
igual a 1 (a=1). Ao passo que uma superfície refletiva ideal possui coeficiente de reflexão igual a zero
(a=0). Os coeficientes de absorção das superfícies se encontram em tabelas
especiais.
A Perda de Transmissão (PT) é definida por:
PT = 10 x log
T/I (dB).
Onde:
T = Intensidade de energia acústica transmitida;
I = Intensidade de energia acústica incidente.
Os valores de PT podem ser encontrados em biografias específicas
para diversos materiais, de diferentes pesos por unidade de superfície e em função da frequencia do som incidente. Para
sons incidentes de freqüências aleatórias de banda larga, a PT aumenta
aproximadamente 6 dB a cada duplicação do peso do material por superfície do
material.
Detalhe importante é que o tamanho da barreira não é aleatório.
Deverá ser realizado um estudo para identificação das freqüências constituintes
do som incidente, em bandas de oitava, porque o tamanho da barreira deverá ser maior
que os comprimentos de onda das freqüências que devem ser controladas. O
conhecimento das freqüências nos leva aos comprimentos de onda pela fórmula: λ = V / f, Onde: V = Velocidade de propagação
do som em m/s (=340 m/s); f = Freqüência do som em Hz (Determinada por meio de aparelhos
“decibelímetros” dotados por filtros de bandas de oitava); λ =
Comprimento de onda em metros (m).
Ao incidir numa barreira, as ondas sonoras propagadas ocasionam
vibração na barreira. Essa vibração é que transmite o som para o ambiente
vizinho. O som também se propaga através das frestas ou aberturas. Significa
que em paredes leves o som se transmite com mais facilidade.
O índice de redução acústica (R) de uma barreira é a capacidade
de uma barreira de reduzir o som que passa de uma ambiente para outro:
R = NPS1 – NPS2, Onde:
R = Índice de Redução Acústica;
NPS1 = Nível de Pressão Sonora no lado da parede com a fonte de
ruído;
NPS2 = Nível de Pressão Sonora no lado da parede sem a fonte.
Na Webgrafia citada há um artigo explicando esse processo de
medição do R.
A tabela abaixo apresenta alguns valores de redução acústica de
alguns materiais:
O aumento da massa da parede por unidade de área também aumenta R.
A utilização de paredes duplas ou triplas também aumenta R.
Quanto mais distantes estiverem as paredes, melhor o R:
Percebemos que a eficiência da barreira acústica depende do
material que a mesma é constituída. A tabela a seguir, apresenta os
coeficientes de absorção de alguns materiais para diferentes frequencias:
Sendo:
a = a x S/S; PT = 10 log T/I (dB); R = a x S/1-a, então: NPS –
NWS = 10 log (1/4л R2 + 4/R) + 0,5 [dB] => Fontes não direcionais.
Nomenclatura:
a = Coeficiente médio de absorção das superfícies;
PT = Perda de transmissão ou absorção do som;
T = Energia acústica transmitida;
I = Energia acústica incidente;
S = Área das superfícies;
R = Características do local;
NPS = Nível de Pressão Sonora;
NWS = Nível de Potencia Sonora;
Da mesma forma que existe o método simplificado para cálculo do
método longo em relação a atenuação de protetores auditivos(5), também há um
método simplificado para cálculo da redução do ruído provocado pela atenuação
oferecida pela barreira, em função da posição da fonte e do ouvido do
trabalhador (Atenuação média válida para as diversas freqüências):
Para utilizar os dados dessa Tabela é necessário seguir os seguintes
procedimentos:
1)
Medir
as distâncias horizontais entre a fonte e o observador através da barreira;
2)
Medir
a altura da fonte ou da saída de som de maior intensidade;
3)
Medir
a altura do ouvido do trabalhador;
4)
Medir
a altura da barreira acústica;
5)
Subtrair
a altura da barreira da altura da fonte e ouvido trabalhador no ponto de
interseção da base do triângulo com a barreira;
6)
Construir
um triângulo entre os pontos “a”, “b” e “c”;
7)
Verificar
a altura do triângulo ABC;
8)
Verificar
o ângulo formado entre a projeção do lado definido pela posição da fonte até o
topo da barreira e o lado formado entre o trabalhador e o topo da barreira;
9)
Jogar
os valores na tabela para encontrar a atenuação aproximada oferecida pela
barreira.
Exemplo:
Tomemos a Figura 01 anterior:
Podemos perceber que diferenças entre altura da fonte e ouvido
do trabalhador não interferem no cálculo (O ângulo não muda porque o triangulo
gira por completo). Este fenômeno ocorre porque nesse caso o triângulo é
montado já inclinado, como no caso da figura 02. Para determinação do ângulo
formado, devemos traçar paralelas aos lados do triângulo, como na figura 03
acima.
Dados:
-Altura da fonte igual a altura do ouvido do trabalhador = 1,6
0m;
-Altura da barreira = 5,60 m ;
-Decorre que: h = 6,60
m – 1,60
m = 5 m ;
-Construir o triângulo graficamente com base nas medidas
tomadas;
-Ângulo formado entre projeção do lado da fonte e o lado do trabalhador
= 90o
Resultado:
Para formação de um triângulo com 5 m de altura e ângulo de 90
graus definido pela projeção além do segmento de reta formado pelo lado entre
os pontos “b” e “a” e o segmento de reta formado pelos pontos “a” e “c”, temos
uma atenuação de 20 dB.
Apesar de não eliminar o ruído, as barreiras acústicas ainda são
excelentes EPC, considerando que reduzem os níveis de energia acústica a
patamares controlados por protetores auditivos e possibilitando a manutenção
dos limiares dentro dos Níveis de Ação Preventiva – NAP (6).
WEBGRAFIA:
4)
Livro: Ruído - Fundamentos e Controle –
Samir Gerges/2001
Resultado
da Enquete: Quem são os elaboradores do PPRA/PCMAT?
Após um longo semestre, teve fim no último 31 de dezembro, a
enquete veiculada neste informativo objetivando identificar os profissionais
elaboradores dos programas de segurança, em especial, o PPRA e o PCMAT.
Agradecendo a colaboração dos leitores formados por Técnicos em Segurança,
Engenheiros de Segurança, profissionais de RH/GP e outros, apresento o
resultado final da pesquisa:
ENQUETE:
Quem elabora (Não é quem assina) o PPRA/PCMAT da sua empresa?
PROFISSIONAIS:
-Técnicos em Segurança do Trabalho => Votos: 78 =>
Percentagem: 67%
-Engenheiros de Segurança do Trabalho => Votos: 53 =>
Percentagem: 46%
-Tecnólogos em Segurança do Trabalho => Votos: 09 =>
Percentagem: 7%
-Médicos do Trabalho => Votos: 07 => Percentagem: 6%
-Enfermeiros do Trabalho => Votos: 04 => Percentagem: 3%
-Técnicos Enfermagem => Votos: 03 => Percentagem: 2%
-Outros => Votos: 00 => Percentagem: 0%
TOTAL DE VOTOS: 115 VOTOS (100%)
Apesar do número de acessos no período ser relativamente baixo
(Pouco mais de 7.000), essa expressividade foi marcante e denota um resultado
verdadeiro, considerando que a maioria dos leitores do Blog são profissionais
de RH/GP, seguidos por Engenheiros de depois por Técnicos em Segurança. Isso
mesmo, este Blog é acessado maciçamente por Profissionais de RH/GP e não por profissionais
da área de segurança e saúde no trabalho. É estranho, mas é verdade.
Mesmo com as deficiências dos Cursos Técnicos, esta pesquisa
derruba o mito de que apenas Engenheiros possuem capacidade para elaborar
programas de segurança. Quase o dobro dos programas são elaborados por Técnicos
em Segurança. E isso é ruim? Não. Desde que os conhecimentos práticos dos
técnicos sejam somados ao saber teórico dos engenheiros, não é ruim. O que não
se pode fazer é individualizar os programas de segurança, como querem alguns.
Todo programa de segurança e saúde ocupacional deverá ser montado com a
participação do maior número de especialistas e funcionários possível. Claro
que a colaboração da CIPA é indispensável nesse processo. Ressaltando que o
objetivo desses documentos é a prevenção de acidentes de modo a preservar a
saúde e a integridade física dos trabalhadores.
Desde a invenção desses programas que certos segmentos sociais
vêm tentando a exclusividade quanto à aposição da assinatura do engenheiro de
segurança como responsável técnico. Essa politicagem em algumas ramificações
econômicas é tão forte que o único critério exigido é a existência da tal
assinatura no documento, deixando os trabalhadores a mercê da boa vontade e da
capacidade dos Técnicos executores no tocante a ampliação do documento e
preenchimento das lacunas deixadas pelo elaborador. Manobra essa, necessária em
muitos programas elaborados por peritos exclusivistas e individualistas, para
que os mesmos possuam alguma utilidade como programas preventivos. Nesse
contexto, o CREA – Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Sim, os
Arquitetos já correram de lá e formaram o CAU – Conselho Regional de
Arquitetura e Urbanismo) é o vilão porque desvaloriza todos os profissionais da
área que não são Engenheiros de Segurança.
Na esperança de angariarem algum benefício, ou por pressão de
prepostos de Empresas e interessados, alguns Técnicos de nível médio decidiram
partir para a velha puxadinha de saco e efetuaram seus registros no CREA. Ou
seja, estão pagando para terem seus direitos cerceados.
A verdade é que, frente às atuais circunstancias científicas e
legais referentes aos profissionais Técnicos em Segurança do Trabalho
existentes em nosso País, podemos concluir com segurança que essa categoria
pode e deve continuar elaborando os programas de segurança do trabalho, mas
fazendo uso do registro obrigatório no Ministério do Trabalho e Emprego.
Risco Químico
e Insalubridade
Os riscos da
Corrosão
A partir desta edição
vamos no ater a um grave problema que afeta principalmente as estruturas
metálicas integrantes de pisos, plataformas, grampos de topo de edificações
destinadas à fixação de andaimes e EPC dotados por componentes metálicos. Para
fins de prevenção dos riscos da corrosão, os check list de EPC, ferramentas,
estruturas, máquinas e equipamentos devem contemplar também os desgastes causados
pela corrosão.
Prevenir é conhecer,
reconhecer e tratar riscos. Para que possamos prevenir, precisamos primeiro
conhecer como esse fenômeno se processa.
Corrosão é “a deterioração
de um material geralmente metálico, por ação química ou eletroquímica do meio
ambiente aliada ou não a esforços mecânicos.” (Vicente Gentil - Membro da
Corrosion Specialist da NACE- INTERNATIONAL e da ABRACO - Associação Brasileira
de Corrosão). Outra definição muito difundida e aceita universalmente é a
seguinte: “Corrosão é a deterioração de um material geralmente metálico, por
ação química ou eletroquímica do meio ambiente aliada ou não a esforços
mecânicos.”
O termo corrosão pode ser
definido como a reação do metal com os elementos do seu meio, na qual o metal é
convertido a um estado não metálico. Quando isto ocorre, o metal perde suas
qualidades essenciais, tais como resistência mecânica, elasticidade, condutibilidade
e o produto de corrosão formado é extremamente pobre em termos destas
propriedades (RAMANATHAN, L. V.). Portanto, corrosão são os efeitos de reações
químicas indesejáveis sobre a estrutura e as propriedades dos metais e suas
ligas.
Segundo o Engenheiro Laerce de Paula
Nunes, o estudo da corrosão tem tido cada vez maior importância nas sociedades
industrializadas devido, principalmente, aos seguintes aspectos:
·
O alto
custo de reposição de peças e partes de equipamentos industriais;
·
A
deterioração de bens de consumo como os automóveis, os eletrodomésticos e os
móveis;
·
A
utilização em grande escala do aço como material de construção;
·
Ao
alto custo de paradas operacionais, problemas de segurança humana e de poluição
em virtude de danos causados pela corrosão.
CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS CORROSIVOS
Esses processos podem ser
classificados em dois grandes grupos, abrangendo todos os casos de deterioração
por corrosão, existentes na natureza: Corrosão eletroquímica e corrosão
química.
CORROSÃO ELETROQUÍMICA
Mais freqüentes na
natureza e se caracterizam por ocorrer em:
a)
Presença
de água;
b)
Temperatura
abaixo do ponto de orvalho da água ou a temperatura ambiente;
c)
Formam
pilhas ou células de corrosão.
CORROSÃO QUÍMICA
Denominada corrosão ou oxidação,
ocorre em altas temperaturas. Estes processos são menos freqüentes na natureza
e surgiram basicamente com a industrialização, envolvendo operações em
temperaturas elevadas. Caracterizam basicamente por sua ocorrência em:
a)
Ausência
de água;
b)
Temperaturas
elevadas sempre acima do ponto de orvalho da água;
c)
Interação
direta entre o metal e o meio corrosivo.
CORROSÃO ELETROQUÍMICA
Possui célula de corrosão
composta por quatro elementos fundamentais:
Área anódica - Superfície onde verifica-se o desgaste, o
metal está sujeito a ação corrosiva.
Área catódica
– Superfície protegida (onde não há desgaste ou reações de redução), que
fornece os íons carregados negativamente.
Eletrólito-
solução condutora que envolve as áreas anódicas e catódicas. Solução na qual as
partículas com carga positiva e negativa se movimentam.
Ligação elétrica: entre as áreas anódicas e
catódicas.
Continua na próxima edição...
Riscos
ergonômicos – Monitorando o número de toques no teclado
O
monitoramento do número de toques no teclado deverá ser utilizado como ação
preventiva no combate as LER – Lesões por Esforços Repetitivos. Evidente que
essa não é a única ação salvadora dos trabalhadores. Deverá ser utilizada em
conjunto com as demais medidas apontadas no PPRA – Programa de Prevenção de
Riscos Ambientais, ou dependendo da demanda, no PROERGO – Programa de Ergonomia
ou ainda, na AET – Análise Ergonômica do
Trabalho.
No item 17.6.4
da NR 17 do Ministério do Trabalho e Emprego, temos:
“7.6.4.
Nas atividades de processamento eletrônico de dados, deve-se, salvo o disposto
em convenções e acordos coletivos de trabalho, observar o seguinte:
a)
o empregador não deve promover qualquer sistema de avaliação dos trabalhadores
envolvidos nas atividades de digitação, baseado no número individual de toques
sobre o teclado, inclusive o automatizado, para efeito de remuneração e vantagens
de qualquer espécie;
b)
o número máximo de toques reais exigidos pelo empregador não deve ser superior
a 8 (oito) mil por hora trabalhada, sendo considerado toque real, para efeito
desta NR, cada movimento de pressão sobre o teclado;
c)
o tempo efetivo de trabalho de entrada de dados não deve exceder o limite
máximo de 5 (cinco) horas, sendo que, no período de tempo restante da jornada,
o trabalhador poderá exercer outras atividades, observado o disposto no art.
468 da Consolidação das Leis do Trabalho, desde que não exijam movimentos
repetitivos, nem esforço visual;
d)
nas atividades de entrada de dados deve haver, no mínimo, uma pausa de 10 (dez)
minutos para cada 50 (cinqüenta) minutos trabalhados, não deduzidos da jornada
normal de trabalho;
e)
quando do retorno ao trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou
superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção em relação ao número de
toques deverá ser iniciado em níveis inferiores do máximo estabelecido na
alínea "b" e ser ampliada progressivamente.”
Essa medida preventiva expressa em Lei
objetiva a prevenção das famigeradas LER, muito conhecidas pelos bancários e
profissionais de TI – Tecnologia da Informação. Ocorre que as sucessivas
compressões ocasionadas pelo ato de digitar findam por lesar os tendões das
mãos e braços, calcificando esse sistema e reduzindo a sua elasticidade. Com o
tempo, o paciente inicia um processo de dor seguida por perda da força dos
membros superiores.
Para monitoramento desse risco é
necessário conhecer os procedimentos para abordagem, medição e interpretação;
ABORDAGEM
Deverá ser escolhido um horário em que as
atividades estejam sendo realizadas normalmente, ou seja, com demanda normal ou
rotineira de trabalho.
MEDIÇÃO DO NÚMERO MÁXIMO DE TOQUES REAIS
Existem atualmente programas que
determinam o número de toques no teclado em função do tempo. Esses programas são
fundamentais para atividades de processamento de dados inserção de números, por
exemplo. Após emissão do relatório. Verificar o número de toques a cada hora,
durante a jornada de trabalho de diversos dias. Caso seja Ultrapassado os oito
mil toques por hora em qualquer evento, deve-se implementar medidas para redução
dos toques por meio de:
a)
Redução
da jornada de trabalho;
b)
Redução
da quantidade de serviço;
c)
Aumento
do tempo de pausa;
d)
Alternância
de atividades ou rodízios de trabalhadores.
A grosso modo podemos ter uma idéia do número
de toques por meio dos recursos do Word, no menu Ferramentas => Contar palavras. Para isso, deve-se marcar o
texto com o mouse e fazer uso desse recurso. O Relatório emitido pelo Word deve
ser interpretado através dos itens “Caracteres (sem espaços)” e “Caracteres
(com espaços)”. No exemplo abaixo, o número de toques reais foi de 550 + 648 =
1.198, levando-se em conta que para colocarmos espaços nos textos também
precisamos digitar. Para aferição nesse modo é necessário cronometrar o tempo a
cada hora de avaliação, sem perder de vista todos os serviços executados nesse
intervalo de tempo. Os cliques no mouse também são importantes e deverão ser
medidos da mesma forma. Nesse processo,
as teclas menos usuais não são computadas, como a “Print Screen”, “Ctrl”, etc
INTERPRETAÇÃO
Sendo esse o único parâmetro rígido
definido pela NR-17, a
norma é então taxativa: n < 8
mil, sendo: n = Número de toques reais exigidos na digitação.
Quando constatado que esse nível foi
ultrapassado, é necessário a criação de metas, como por exemplo, redução do número
de toques em 20 ou 30 % no mês, etc
Esse monitoramento pode e deve ser
executado pelas empresas nos setores de maior demanda de digitação ou de uso de
teclado em computadores, mesmo que seja a aferição precária através da
ferramenta do Word citada. O relatório gerado deverá ser apresentado ao
empregador para aprovação, devendo ser desenvolvido no mínimo os seguintes
itens:
a)
Objetivo;
b)
Setores
e funções objeto do estudo;
c)
Procedimentos,
metodologias e aparelhagem utilizados;
d)
Níveis
de exposições e parâmetros legais a serem observados;
e)
Patogêneses
e sintomatologias específicas do risco;
f)
Registro
de queixas relacionadas ao risco;
g)
Medidas
de controle sugeridas;
h)
Conclusão.
A ação médica é necessária nesse processo
para identificação de possíveis comprometimentos da saúde dos trabalhadores
expostos.
Como todo trabalho desenvolvido na área
de segurança e saúde ocupacional, a participação dos trabalhadores é essencial
para a realização de um trabalho mais verdadeiro, imparcial e completo.
O leitor
pergunta...
Pergunta:
Estou ficando desesperado com a
quantidade de profissionais da área de segurança do trabalho que não sabem
escrever corretamente. Nossa empresa
possui todas as certificações e esses profissionais precisam preencher relatórios
e mais relatórios destinados aos Auditores e aos Clientes. O que você sugere? Márcio Ambrósio – RH.
Resposta:
Prezado Márcio:
Desculpe, mas em minha opinião a culpa
disso é da própria Empresa que está falhando no seu processo seletivo. É
preciso revisar o seu procedimento para admissão de funcionários e incluir um
maior rigor, voltado para as necessidades das funções.
Para esse caso específico, aconselho a inclusão
de um teste composto por uma redação sobre algum assunto da área. Não esquecer também de verificar se os salários
oferecidos se encontram dentro da média regional. Bons profissionais requerem
melhores salários. Bom ano novo e sucesso para você.
Banco de
Currículos
Empresas:
Solicitem gratuitamente cópia do currículo do profissional que
necessita.
E-MAIL:
Profissionais Interessados:
Favor enviar seus currículos para composição do Banco de
Currículos, no formato Word ou PDF.
Reflexão
“Prevenir é conhecer, reconhecer e tratar riscos ”
Datas comemorativas
específicas
J A N E I R O
Um ano novo de muito sucesso para todos.
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