Recife/PE, abril de 2018 – Exemplar no 00116 –
Publicação Mensal
Considerações
sobre o PBQP-H - Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat nas
empresas privadas
O
PBQP-H - Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat[1]
consiste numa ferramenta de premiação para empresas do ramo da construção
civil, desenvolvida pelo Governo Federal Brasileiro.
O
PBQP-H surgiu em decorrência dos compromissos firmados pelo Brasil por ocasião da
assinatura da Carta de Istambul, na Conferência do Habitat II, em 1996. Possui
como meta organizar o setor da construção civil em torno de duas questões
principais:
a) Melhoria
da qualidade do habitat;
b) Modernização
produtiva.
MELHORIA DA QUALIDADE DO HABITAT
Com a
melhoria da qualidade do habitat é esperado a universalização do acesso à
moradia através da ampliação do estoque de unidades habitacionais disponíveis e
ações para melhoria das unidades existentes. Para isso, há necessidade de um
maior fomento no desenvolvimento e implantação de instrumentos e mecanismos
para garantia da qualidade, tanto na elaboração de projetos quanto na execução
das obras. Tal fomento poderá resultar na garantia da qualidade dos materiais,
dos componentes e dos sistemas construtivos. O estímulo do inter-relacionamento
entre os envolvidos também se faz necessário, não somente para troca de
experiencias, mas também para parcerias importantes. A multidisciplinaridade da
engenharia aplicada nas obras de construção civil (fundação, alvenaria,
instalações elétricas, hidrossanitárias, de informática, etc) exige uma maior
afinidade entre os envolvidos, eliminando as não conformidades técnicas
intencionais de materiais, dos componentes e dos sistemas construtivos. A
estruturação e criação de programas específicos com o objetivo de formar e
requalificar a mão-de-obra em todos os níveis, podem otimizar processos,
prevenindo a ocorrência de erros e de
acidentes. Com a promoção e aperfeiçoamento do sistema de elaboração e
divulgação de normas técnicas e outros instrumentos aplicáveis é possível
estabelecer um maior controle dos processos. Uma empresa antenada com o futuro
requer o conhecimento e aceitação de inovações tecnológicas que possam reduzir
a possibilidade de erros, acidentes, redução de tempo de execução e melhoria da
qualidade do produto acabado. A melhoria da qualidade da gestão deve abranger
não somente o produto acabado, mas também, os trabalhadores, os clientes e o
meio ambiente.[2]
Lembrando
que a gestão planejada, executada e registrada deverá ser coletada e
disponibilizada no Programa do Governo para que a empresa possa se beneficiar
os incentivos previstos em lei.[3]
MODERNIZAÇÃO PRODUTIVA
A
modernização produtiva se dará com a
inovação tecnológica. Tal inovação poderá contribuir para mudança do
atual cenário da indústria da construção civil, fundamentado por métodos
tradicionais ou artesanais. Há uma certa
relutância na substituição do trabalho manual pelo trabalho mecanizado. Anda
vemos poucos equipamentos sendo utilizados nas obras de construção civil. Como
fato mais gritante desse processo podemos citar as atividades de carga e
descarga manual de sacos de cimento e as atividades de chapisco e reboco,
considerando que já existe tecnologia eficiente e sem acarretar sobrecarga
musculoesquelética ao trabalhador. Somente com a combinação de várias
tecnologias emergentes para coleta de dados, automatização de processos e
construção de estruturas mais precisas e com qualidade e velocidade, é possível
se chegar a modernização produtiva.
Alguns
exemplos de modernização produtiva para construção civil:[4]
Sensores
- Instalados nos casacos, botas, relógios de pulso, óculos e outros
equipamentos de uso dos trabalhadores. A finalidade é monitorar as atividades
de risco para prevenção de possíveis acidentes ou incidentes;
Rastreamento
– Consiste na instalação de códigos de barras em máquinas, equipamento e
ferramentas, para facilitar o controle das manutenções preventivas e corretivas
e identificação do usuário;
Drones
– Objetiva monitorar as atividades desenvolvidas no canteiro de obras por parte
dos gestores sem os tradicionais desgastes decorrentes dos constantes
deslocamentos a pé. O monitoramento garante a produtividade, alertar sobre
riscos, emergências e erros de execução em tempo real. Esses aparelhos também
podem ser utilizados para mapeamento do canteiro de obras e montagem de álbuns
contendo as etapas de execução da obra, permitindo otimização da gestão do
calendário da obra;
Tablets
e internet - Permitem acessar e processar trabalhos em tempo real, agilizando a
tomada de decisões e melhorando a comunicação entre os evolvidos;
Aplicativos
móveis - Permitem a comunicação em tempo real entre os envolvidos, agilizando a
digitalização, identificação e emissão de documentos.
ESTRUTURA DO PBQP-H
O
PBQP-H integra-se à Secretaria Nacional de Habitação, do Ministério das
Cidades, e está formalmente inserido como um dos programas do Plano Plurianual:[1]
O
PBQP-Habitat foi organizado a partir de uma estrutura matricial de seus projetos.
Para dar conta do processo de gestão e articulação com a sociedade e setor
privado, foram criadas Coordenações, o Fórum de Representantes Estaduais, um
Comitê Consultivo e um Grupo de Assessoramento:
PROJETOS
Cada
projeto é desenvolvido pelo Governo Federal em conjunto com especialistas,
entidades do setor, consultores e setor privado, e tem um responsável
denominado Gerente do Projeto. Um outro ente que dá apoio ao projeto é o
Técnico da Coordenação Geral e do GAT (Grupo de Assessoramento Técnico),
atuante na facilitação do processo e responsável pela compatibilização das
ações entre os projetos desenvolvidos pelas organizações.
Principais
projetos:a) Sistema de Avaliação da Conformidade de Serviços e Obras – SiAC;
b) Qualificação de Empresas de Materiais, Componentes e Sistemas Construtivos – SiMaC;
c) Sistema Nacional de Avaliações Técnicas – SINAT.
Tais
projetos são aplicados nas empresas privadas de acordo com as características
individuais das mesmas referentes aos seus projetos construtivos.
BENEFÍCIOS DO PBQP-H
Os
benefícios da implantação do PBQP-H são:[5]a) Combate a não-conformidade;
b) Mercado equalizado e competitivo;
c) Confiabilidade do agente financiador e do cliente
d) Compatibilidade de projetos;
e) Benefícios para o consumidor final:
· Utilização de materiais e serviços de melhor qualidade;
· Acesso a tecnologias de construção diferenciadas;
· Redução de custos e preços mais competitivos.
Demais
benefícios são consequências da implantação do programa nas empresas privadas, como
por exemplo, atendimento a requisitos para participação de processos
licitatórios e de financiamento habitacional, incentivos financeiros para
desenvolvimento de projetos de inovação, etc
ABRANGENCIA DO PBQP-H
As
organizações públicas e privadas podem participar do PBQP-H através dos perfis:[5]
CONTRATANTE
Setor
público, atuando por meio de Termo de Adesão e Acordo Setorial, firmado entre
os agentes da cadeia produtiva e o PBQP-Habitat, prevendo o desenvolvimento de
ações que integram o Programa;
AGENTES
DO SETOR
Fabricantes
de materiais e componentes, atuando por meio de um Programa Setorial de
Qualidade (PSQ), que é elaborado, operacionalizado e acompanhado numa parceria
entre setor público e privado; empresas de serviços e obras, por meio da participação
no SiQ/SiAC - Sistema de Qualificação de Empresas de Serviços e Obras/Sistema
de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras, além do Acordo
Setorial, em que são definidos os prazos e metas para a qualificação das
empresas em cada unidade da Federação;
INSTITUIÇÕES
Agentes
financiadores e de fomento, pela participação em projetos que busquem utilizar
o poder de compra como indutor da melhoria da qualidade e aumento da
produtividade do setor da construção civil, incluindo os agentes de fiscalização
e de direito econômico, pela promoção da isonomia competitiva do setor, por
meio de ações de combate à produção que não obedeça às normas técnicas
existentes, e de estímulo à ampla divulgação e respeito ao Código de Defesa do
Consumidor;
CONSUMIDORES
Exercendo
seu direito de cidadania ao exigir qualidade dos produtos e serviços do setor
da construção civil, e utilizando seu poder de compra ao dar preferência às
empresas que tenham compromisso com os sistemas de qualidade do PBQP-Habitat. O
PBQP-Habitat é um programa de adesão voluntária, onde o Estado é um agente
indutor e mobilizador da cadeia produtiva da construção civil. A implementação
do Programa ocorre basicamente nas etapas de sensibilização e adesão, programas
setoriais e acordos setoriais.
SENSIBILIZAÇÃO
E ADESÃO
Ocorre
quando os diversos segmentos da cadeia produtiva, reunidos por unidade da
federação, assistem a uma apresentação do Programa, realizada por técnicos da
Coordenação Geral do PBQP-H. Essa etapa busca sensibilizar e mobilizar o setor
privado e os contratantes públicos estaduais para aderirem ao PBQP-H;
PROGRAMAS
SETORIAIS
Após
a primeira etapa, as entidades responsáveis se organizam para realizar
diagnóstico do segmento da construção civil na sua unidade da federação. Isso resulta
na formulação de um Programa Setorial de Qualidade (PSQ);
ACORDOS
SETORIAIS
Após
elaboração do diagnóstico citado na fase anterior, ocorre a fundamentação de um
Acordo Setorial entre o setor privado, o setor público estadual e a Caixa
Econômica federal, como também, com os demais agentes financeiros, definindo
metas e cronogramas de implantação dos Programas de Qualidade. Desse modo,
estabelece a prática do uso do poder de compra.
Os
processos descritos nas etapas de sensibilização e adesão, programas setoriais
e acordos setoriais, possuem o PBQP-H composto por quatro níveis, denominados
por A, B, C e D. Lembrando que no nível D a empresa se responsabiliza
legalmente pela auto declaração de conformidade. No entanto, nos níveis A, B e
C a conformidade é verificadas por meio de uma auditoria.
VERIFICAÇÃO
DAS CONFORMIDADES POR NÍVEIS
NÍVEL
"D":
A
conformidade é comprovada por meio de auto declaração de conformidade da
empresa. A veracidade das informações é presumida;
NÍVEL
"C":
Constitui
o segundo nível de avaliação da conformidade. Neste nível são verificadas por
meio de auditoria as cláusulas relacionadas:
a) Requisitos
gerais e de documentação (requisitos gerais, manual da qualidade, controle de
documentos e registros);
b) Responsabilidade
da direção da empresa (comprometimento da direção da empresa, foco no cliente,
política da qualidade, objetivos da qualidade, planejamento do sistema de
gestão da qualidade, responsabilidades e autoridades, representante da direção,
comunicação interna, análise crítica pela direção);
c) Provisão
de recursos;
d) Designação
de pessoal;
e) Treinamento,
conscientização e competência;
f) Planejamento
da qualidade da obra;
g) Identificação
de requisitos relacionados à obra;
h) Aquisição;
i) Controle
de operações;
j) Identificação
e rastreabilidade;
l) Preservação
de produto;
m) Controle
de dispositivos de medição e monitoramento;
n) Satisfação
de clientes;
o) Auditorias
internas;
p) Inspeção
e monitoramento de materiais e serviços;
q) Controle
e ações para materiais e serviços não conformes;
r) Análise
de dados;
s) Melhoria
contínua;
t) Ações
corretivas.
NÍVEL
"B":
Constitui
o terceiro nível de avaliação da conformidade. Nesse nível, além das cláusulas
auditadas no Nível C, também são verificadas de forma evolutiva as cláusulas
relacionadas a:
a) Infraestrutura;
b) Planejamento
da execução da obra;
c) Análise
crítica dos requisitos relacionados à obra;
d) Comunicação
com o cliente;
e) Controle
de alterações de projetos;
f) Análise
crítica de projetos fornecidos pelo cliente;
g) Propriedade
do cliente.
NÍVEL
"A":
Quarto
e último nível de avaliação da conformidade. Nesse nível, além das cláusulas
auditadas no Nível B, também são verificadas de forma evolutiva as cláusulas
relacionadas a:
a) Comunicação
interna;
b) Ambiente
de trabalho;
c) Planejamento
da elaboração do projeto;
d) Entradas
de projeto;
e) Saídas
de projeto;
f) Análise
crítica de projeto;
g) Verificação
de projeto;
h) Validação
de projeto;
i) Validação
de processos;
j) Medição
e monitoramento de processos;
l) Ações
preventivas.
Concluindo,
a atual característica do mercado da indústria da construção civil atrelada ao
aumento da competitividade desse mercado exige a implantação de programas de
qualidade e produtividade no setor da construção civil. Desse modo, a
implantação do PBQP-H - Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do
Habitat nas organizações privadas, apesar de não ser obrigatório, traz
benefícios técnicos, científicos e econômicos para as organizações. Em
contrapartida, beneficia também os fornecedores, a sociedade, os consumidores e
o País. Os benefícios são amplos, como moradia e infraestrutura urbana de
melhor qualidade para a população, redução do custo com melhoria da qualidade
da habitações, aumento da produtividade das empresas, qualificação dos recursos
humanos, modernização tecnológica e
gerencial, defesa do consumidor e satisfação do cliente.
Referencias/Fontes:
[1]
PBQP-H - Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat
[2]
Melhoria da qualidade do habitat
[3]
Leis aplicáveis ao PBQP-H
[4]
Modernização produtiva
[5]
Benefícios e abrangência do PBQP-H
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Arquivos antigos do Blog
Para relembrar ou ler pela primeira vez
sugerimos nesta coluna algumas edições com assuntos relevantes para a área
prevencionista. Vale a pena acessar.
EDIÇÃO
SUGERIDA
Veiculando as seguintes matérias:
CAPA
-“Segurança do Trabalho: A ciência da prevenção”
Segurança do Trabalho é o ramo do
conhecimento humano que se destina a preservação da saúde e da integridade
física de trabalhadores em seu ambiente laboral através da prevenção de
acidentes e de doenças oriundas do trabalho.
COLUNA
FLEXÃO E REFLEXÃO
-“A NR-31 e o PPRA“
Alguns Fiscais dos diversos órgãos do Estado
responsáveis pela exigência dos Programas Preventivos do Ministério do Trabalho
e Emprego, profissionais e empresas de assessoria, estão elaborando um Programa
de Gestão de Segurança, Saúde e Meio Ambiente de Trabalho Rural para as
empresas enquadradas na NR-31, em vez do PPRA. Isso procede?
COLUNA OS
RISCOS E SUAS IMPLICAÇÕES
-“Posturas
corporais “
Segundo a International Ergonomics
Association (IEA) Ergonomia consiste numa disciplina científica que se preocupa
com o entendimento das interações entre seres humanos e outros elementos de um
sistema; profissão que se vale de teorias, princípios, dados e métodos científicos
para geração de projetos destinados a melhorias na qualidade de vida dos seres
humanos e dos sistemas em geral.
E ainda, coluna “O leitor pergunta...”
Bom aprendizado.
Flexão
& Reflexão
Polarização
ideológica Idiossincrática: ingenuidade ou mau caratismo?
A
polarização ideológica se encontra presente em todos os grupos sociais,
inclusive no ambiente laboral.
No Brasil, esse comportamento foi verificado com mais intensidade nos últimos anos e em função dos constantes conflitos políticos, sociais e religiosos, geralmente motivados por interesses individuais.
[1]A
ideologia pode ser entendida como sendo um conjunto de representações e de
normas que definem o que se deve e como se deve pensar, agir e sentir. Devido a
anterioridade que a mesma carrega, a ideologia predetermina e pré-forma os atos
de pensar, agir e querer ou sentir. Ou seja, consiste num preconceito em
relação a quem pensa diferente. No entanto, essa mesma ideologia nega tal
comportamento. Por exemplo, dizer que o Lula ou qualquer outro político
condenado em duas instâncias é inocente, denota ingenuidade ou mau caratismo?
Na maioria das vezes é mau caratismo motivado por interesses pessoais, principalmente
quando a ideia é defendida por pessoas com bom nível de escolaridade. Mas
quando tal ideia é proveniente de pessoas com pouco estudo certamente é
ingenuidade, mesmo (lembra daquele aquele pessoal que diz que tiraram a Dilma porque ela
ajudava os “pobe”?). Um outro exemplo são os meus artigos. Todos
os meus artigos são corroborados por fontes indexadas e que passaram por revisão
de pares, mas tem gente que se acha no direito de invadir o meu Blog para dizer
que estou errado, destilar bobagens, expor opiniões e falaciar (geralmente com
a falácia mais básica: ad hominem). Esses aí são ingênuos. Se fossem bem
informados saberiam que estão insultando a inteligência do autor e dos leitores
e ainda pagando mico em público.
A
ideologia produz um conjunto imaginário de ideias porque generaliza para todo um
grupo social, população ou sociedade, interesses pessoais, definidos por pontos
de vistas particulares. E o “opressor ideológico” sempre é aquele com poderes
sobre o “oprimido ideológico”, como os superiores hierárquicos, por exemplo.
Dessa forma, precisam ocultar os verdadeiros interesses ideológicos, com a
utilização de falácias. Formada a ideologia na mente do energúmeno (sim, são
energúmenos, mesmo) é produzida uma universalidade imaginária, mas que apenas objetiva
generalizar para todos, interesses e pontos de vista particulares (do “opressor
ideológico”). A besteira ideologia
propagada, seja ela qual for, precisa parecer real e representar a prática
social por meio de uma lógica supostamente coerente. Infelizmente essa coerência
acaba sendo aparentemente conseguida através dos mecanismos de lacuna e
“eternidade”. Significa dizer que a coerência conseguida pelos ideólogos é
devida as correlações que ocorrem em função das lacunas (ignorância) ou do
silêncio das pessoas. Tal coerência também depende basicamente da capacidade do
ideólogo de ocultar o verdadeiro interesse da ideologia. Assim, faz parecer como verdadeira, fato
natural ou eterna (mas somente para analfabetos científicos).[2]
O
conhecimento é a aquisição intelectual de alguns campos de objetos materiais, fatos
ou ideias. O pensamento não é apropriador, mas apenas um exercício de reflexão
que se esforça para o entendimento da experiência. Desse modo, percebe a experiência
como indeterminada e não como ignorância. Isso exige que tal experiencia seja
questionada e compreendida. Não aceitar o óbvio ou o que se mostra num primeiro
momento define o pensamento cético ou de quem pensa correto.[1] O
método científico barra toda idiossincrasia originada por ideologias sociais,
pessoais, religiosas, filosóficas, etc E
isso ocorre porque não se pode derrubar a metodologia científica com falácias.
O método científico é implacável.[3] E qualquer besteira ideológica
perde o sentido diante da ciência. A ciência busca provas experimentais,
estatísticas ou lógicas e por isso percebe os prós e os contras das coisas,
chegando a verdade (ou o mais próximo possível dela). Antigamente, doenças como
epilepsia, surdez e mudez eram tidas como sendo originadas por espíritos
imundos. Graças aos céticos que duvidaram e se dedicaram aos estudos na busca
da verdade, hoje sabemos as verdadeiras causas. E temos tratamento médico para
esses males. E quem está dizendo isso? Um famoso filósofo analfabeto científico
que fala besteira na TV? Não! Um famoso sociólogo que usa dinheiro público para
participar de orgias gay? Também não. Apenas um simples Técnico em Segurança do
Trabalho.
Como
vimos, as ideologias levam as Idiossincrasias, inclusive as profissionais.[4]
Considerando que nem todos os membros de grupos sociais são analfabetos
científicos, essas ideologias acabam gerando conflitos. Mais grave ainda, são
as ideologias, cuja gênese, são provenientes do mau caratismo do ideólogo.
Quando provenientes da ingenuidade, é possível o debate lógico e razoável para
esclarecimento da questão. Algo que não é possível quando a origem não é a
ingenuidade do ideólogo. Saber identificar, selecionar, controlar e lidar com ideologias
e suas idiossincrasias deve ser buscado por todos as pessoas, principalmente profissionais.
Essa particularidade comportamental, quando não condizente com o grupo social,
interessa apenas ao portador. Ninguém precisa de ideologia para viver. Precisa
da verdade. E se os seus heróis morreram todos de overdose, tome vergonha na
cara e arranje heróis decentes e não traficantes de estimação do Estado.
Ideologia política não é o que é bom para o País ou para você, mas o que é bom
para o ideólogo defensor da mesma. Ideia sem comprovação ou experimento não
passam de palavras ao vento. Não queira ser uma ideia, mas uma realidade. Defender
ideologias Idiossincráticas (ou Idiossincrásicas) contrárias aos colegas de
qualquer grupo social conota fanatismo e pode ter origem tanto no mau caratismo
quanto na ingenuidade do defensor da mesma. Impor denota insulto à inteligência
alheia, ou mesmo, assédio moral. Fica a dica.
P.S.: Como
os leitores já devem ter percebido, os artigos desta coluna são geralmente
respostas para algumas críticas que recebo. Se você não enviou nenhuma besteira
para o meu e-mail, WhatsApp ou espaço reservado aos comentários, não se
preocupe, o artigo NÃO é com e nem para você. Portanto, aproveite e divirta-se com as
besteiras dos outros.
Webgrafia:
[1] Ideologia
[2] Analfabetos
científicos
[3] O
método científico é implacável
[4] Idiossincrasias,
inclusive as profissionais
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do Ceticismo
Falácias
Lógica
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Artigos
corporativos
Ajuda para profissionais de RH/GP e
Administradores
Aqui selecionamos uma série de artigos sobre assuntos de
interesse do Departamento de Recursos Humanos ou de Gestão de Pessoas das
Organizações. Postados de forma sequenciada, os profissionais podem acessar as
informações completas apenas clicando sobre os títulos na ordem em que se
apresentam. Para não sair desta página, o leitor deverá clicar sobre o título
com o mouse esquerdo e em seguida clicar em “abrir link em nova guia”, após
marcar o título.
Boa leitura.
[1] Auxílio para Gestão do
Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP
[2] Auxílio para Gestão de
SSO na área de RH/GP
[4] Auxílio para CIPA
Os riscos e suas implicações
Trabalhos com Escórias de Thomás
Nome
esquisito para um agente de risco que se encontra elencado no subjetivo Anexo
13 da NR-15.
Trabalhos
com Escórias de Thomás (ou Thomas), compreendendo as atividades ou operações de
remoção, trituração, moagem e acondicionamento, são consideradas insalubres de
grau médio, concedendo o pagamento do adicional de 20% do salário mínimo ao
trabalhador, nos termos do Anexo 13 – Operações Diversas, da NR-15.[1]
Esse Anexo apresenta a relação das atividades e operações envolvendo agentes
químicos, consideradas, insalubres em decorrência de inspeção realizada no
local de trabalho, excluindo as atividades ou operações com os agentes químicos constantes dos Anexos 11
e 12 da mesma NR. Mas que diabo é Escória de Thomas?
[2]Escória de
Thomas é um fertilizante (adubo sintético) do tipo adubo inorgânicos (mineral)
fosfatado, contendo nutrientes, carbonato de cálcio, fosfato e outros
componentes. Os adubos podem ser orgânicos ou inorgânicos, conforme procedência
(matéria orgânica ou sais minerais). Pode ser tanto cáustico quanto ácido. Fertilizante
é qualquer substância mineral ou orgânica, natural ou sintética, capaz de
fornecer um ou mais nutrientes essenciais às plantas.
Fonte da
imagem: https://docs.ufpr.br/~nutricaodeplantas/fosforo112.pdf
Basicamente,
a Escória de Thomas é produzida da seguinte forma:
ROCHAS FOSFATADAS
(Ca10F2(PO4)6 => [H2SO4]
=> CaSO4 + H3PO4
ROCHA FOSFATADA + CALOR = TERMOFOSFATO
Daí novas
reações químicas são conseguidas com adição de novos componentes químicos,
inclusive, outros tipos de fertilizantes.
Mas de
onde vem o nome Escória de Thomas?[3]
Tem origem
em um tal de Thomas que desenvolveu um forno para fundir o ferro e produzir o
aço, cuja escória ou refugo que sobrava no forno ainda leva seu nome. O Conversor Thomas foi inventado primeiro e
era bem semelhante ao de Bessemer, que também inventou um. Ambos possuem as
seguintes características: Basculante, processa gusa líquido e também usa ar no
processo. No entanto, o revestimento refratário de Bessemer é diferente do de
Thomas porque usa a dolomita, que é resistente ao ataque da escória à base de
cal. Isso permite trabalhar com gusa de alto teor de fósforo. A Escória de
Thomas é um subproduto da indústria do ferro, refugo de alto forno utilizado
nesse processo. Dentro
do forno, chamado de conversor Thomas, ocorrem as reações químicas de oxidação
das impurezas, combustão do carbono e oxidação do ferro. Atualmente esse
processo foi abandonado pela indústria do aço porque não elimina o enxofre do gusa
e destrói o revestimento interno do forno devido a ação do silício presente na
mistura. Essa deficiência levou a indústria do aço a buscar processo mais
eficiente para esse processo produtivo. No entanto, ainda é utilizado para
produção da Escória de Thomas, com fins agrícolas.
Mas porque
a NR-15 implicou com a Escória de Thomas?
Porque
sendo um produto alcalino é corrosivo, cujo contato por via cutânea pode ocasionar desencadeamento de
alergias, irritação, coceira e ferimento da pele, olhos e mucosas, queimaduras
químicas e dermatoses. O contato por via aérea pode ocasionar irritação, ferimento e câncer do trato respiratório. As poeiras respiráveis podem ocasionar edema pulmonar e pneumonias químicas. Os contatos citados ocorrem principalmente nas atividades ou
operações de remoção, trituração, moagem e acondicionamento.
REMOÇÃO
Na remoção
da escória ocorrem exposições intensas por vias aérea e cutânea em função do
desprendimento de poeiras álcalis, principalmente nas atividades de remoção com
pá e no local da sua geração (forno). A proteção ocorre por meio de roupas,
botas e luvas impermeáveis, respiradores contra poeiras e óculos dotados por
vedação.
TRITURAÇÃO
Na
trituração o desprendimento de poeiras é ainda mais intenso, devido a ação
mecânica do processo. A proteção ocorre
por meio de roupas, botas e luvas impermeáveis, respiradores contra poeiras e
óculos dotados por vedação.
MOAGEM
Na moagem
da escória as exposições ocupacionais as poeiras álcalis apresentam
características semelhante as do processo de trituração, mas com o agravante de
que nesse processo as partículas geradas são de menores diâmetros, e portanto,
mais respiráveis e mais perigosas do que as geradas no processo de trituração.
De igual modo, a proteção adequada ocorre por meio de roupas, botas e luvas
impermeáveis, respiradores contra poeiras e óculos dotados por vedação.
ACONDICIONAMENTO
O
acondicionamento corresponde ao processo de embalagem. Nesse processo a escória
se encontra já processada e pronta para uso, com todas as características de um
álcali perigoso para a saúde do trabalhador. Nessa fase, há também a adição de
outros componentes químicos na mistura, aumentando consideravelmente o
potencial nocivo. A proteção também deve ocorrer por meio de roupas, botas e
luvas impermeáveis, respiradores contra poeiras e óculos dotados por vedação.
São raras
as informações disponíveis na net sobre Escória de Thomas. Encontrei muita
dificuldade para escrever este artigo, sendo necessário juntar as informações
fragmentadas existentes como num quebra-cabeças. Foram muitas horas de pesquisa
e ainda não saiu completo como eu gostaria. Caso algum leitor tenha mais
informações a respeito e queira compartilhar, agradeço. Bom aprendizado.
Webgrafia/Referencias:
[1] Anexo
13 – Operações Diversas, da NR-15
[2] Escória
de Thomas
[3] De
onde vem o nome Escória de Thomas?
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Químicos na Construção Civil (Ver continuação nas edições posteriores)
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Feras da prevenção
TESTE 01
Ao adentrar em um recinto confinado o trabalhador percebe a
seguinte sintomatologia:
Ardor nos olhos e garganta, secura na boca e garganta, tontura,
mal-estar, tontura e sensação de fraqueza.
Qual o provável agente nocivo presente na atmosfera respirável
desse trabalhador?
RESPOSTA DO TESTE 01
Monóxido de carbono.
TESTE 02
Um trabalhador possui jornada de trabalho de 12 h/dia e permanece
exposto a um nível de ruído de 90 dB(A) durante toda a jornada de trabalho. Pergunta-se:
a) Qual o nível de ruído máximo que esse trabalhador poderá
permanecer exposto sem uso de EPI, conforme Nível de Ação Preventiva da NR-09?
a) Qual é o Limite de Tolerância para esse tipo de exposição?
b) Qual o NRRsf mínimo do protetor auricular que esse
trabalhador deverá usar para que o Limite de Tolerância da NR-15 não seja
excedido?
RESPOSTA DO TESTE 02
Resposta na próxima edição.
- - - & - - -
O conhecimento é essencial
para o sucesso profissional.
Obrigado pela visita.
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