Artigos da Heitor Borba Soluções em Segurança do Trabalho

HEITOR BORBA INFORMATIVO N 126 FEVEREIRO DE 2019


Recife/PE, fevereiro de 2019 – Exemplar no 00126 – Publicação Mensal







Para que se possa aplicar a NHO-11 da FUNDACENTRO[1] para Avaliação dos níveis de iluminamento em ambientes internos de trabalho é necessário coletar os dados corretamente.

A sistematização para coleta de dados não é definida na NHO-11 (outra falha), sendo necessário que o técnico responsável estabeleça essa metodologia, caso contrário, poderá ocorrer falhas em relação a ausência ou registro incorreto de dados. Lembrando que os dados correspondem aos códigos que constituem a matéria prima geradora da informação (dado é a informação não tratada). Desse modo, a informação é o resultado dos dados tratados cientificamente. Ou seja, as informações correspondem ao resultado do processamento dos dados coletados. E é sobre as informações e não sobre os dados que as decisões são tomadas. Dados isolados não significam nada. Por isso as Normas trabalham com vários dados.

A sistematização para coleta de dados pode ser guiada através de um formulário contendo os itens a serem registrados. A organização dos itens deve obedecer a metodologia de trabalho durante a abordagem e a sequência dos dados a serem trabalhados:

I-Elaboração do lay out ambiental contendo a disposição e quantidade de luminárias
O lay out deve ser o mais real possível, representando as luminárias nas mesmas posições em que se encontram (transversais ou longitudinais em relação ao retângulo formado pelas paredes da sala), bem como, a representação dos postos de trabalho com as áreas das tarefas. É importante também descrever nesse croqui a localização das portas e janelas a fim de identificar o posicionamento dos postos de trabalho em relação aos prismas de iluminação natural existentes. Áreas ou recantos mortos de salas grandes, onde não são realizadas atividades e nem transitam pessoas, não devem ser consideradas. Registrar também a altura aproximada da luminária em relação as áreas da tarefa;

II-Definição dos pontos de medição conforme NHO-11
Definir os pontos de medição sobre o lay out conforme as figuras respectivas da NHO-11. Para isso, é necessário elaborar o esquema de desenho sobre o croqui e localizar de forma aproximada os pontos de medição. Em caso de dúvidas, principalmente em relação aos excludentes da Norma, como é o caso de ambientes com apenas quatro luminárias, pecar por excesso de pontos;

III-Verificação do tipo de lâmpadas utilizadas (temperatura de cor e IRC) e definição do Fator de Correção
Verificar na embalagem ou corpo da lâmpada. Caso não tenha, é necessário anotar os dados da lâmpada e pesquisar nos catálogos dos fabricantes antes de iniciar as medições. Esse procedimento é importante para definir o Fator de Correção a ser programado no aparelho;

IV-Programação do aparelho com os respectivos Fatores de Correção e realização das medições dos níveis de iluminamento nos pontos de medição definidos no lay out
Utilizar a tabela:
FATORES DE CORREÇÃO LD-550
TIPO DE LÂMPADA
FATOR DE CORREÇÃO (FC)
FLUORESCENTE
1.000
VAPOR DE MERCÚRIO
1.000
VAPOR DE SÓDIO
1.000
LUZ NATURAL
1.000
TUNGSTÊNIO (INCANDESCENTE)
1.000
LED LUZ DIA BRANCO
0.990
LED LUZ VERMELHA
0.516
LED LUZ ÂMBAR
0.815
LED LUZ AMARELA
0.815
LED LUZ VERDE
1.216
LED LUZ AZUL
1.475
LED LUZ ROXA
1.148
NEON LUZ AZUL
1.286
NEON LUZ VERDE
1.167
NEON LUZ ROSA
0.760
NEON LUZ ROXA
0.804
NEON LUZ VERMELHA
0.671
NEON LUZ AMARELA
0.840
NEON LUZ BRANCA
0.870
V-Elaboração do lay out dos postos de trabalho/áreas das tarefas
Representar graficamente sobre o lay out anterior os postos de trabalho e respectivas áreas de trabalho. A identificação dos postos de trabalho com suas respectivas áreas das tarefas é importante porque indica os pontos a serem aferidos, que, posteriormente comporão o cálculo dos níveis de iluminamento;

VI-Medição dos níveis de iluminamento dos postos de trabalho/áreas das tarefas
Anotar os níveis de iluminamento respectivos correspondentes aos pontos identificados no lay out. Cada medição deve corresponder ao ponto de medição respectivo. Para evitar dúvidas, os níveis de iluminamento aferidos devem ser escritos nos locais dos pontos. Caso não seja possível por motivo de espaço no papel, escrever fora do lay out e colocar uma seta ligando o valor aferido ao ponto indicadoi no lay out;

VII-Verificação das listas das NHO-11:
-Quadro A2 - Identificação e verificação de inconsistências no sistema de iluminação;
-Quadro A3 - Lista de verificação do sistema de iluminação;
Seguir a listagem e verificar a conformidade/não conformidade no ambiente. No caso de existência de não conformidade, indicar as medidas corretivas no final do relatório;

VIII-Trabalhar cientificamente os dados a fim de obter as informações desejadas (eficiência e eficácia da iluminação do ambiente laboral)
Conforme “Anexo 4 – Exemplo de medição de iluminância”, da NHO-11. Os dados devem ser trabalhados nos termos da Norma. Os excludentes da Norma devem ser pensados de forma preventiva pelo técnico de modo a manter o objetivo do trabalho, que é a otimização do sistema de iluminamento de modo a garantir a eficácia.

No HBS se encontra um formulário para guiar o técnico na coleta de dados[2].
Bom trabalho.


Referencias:
[1] NHO-11 da FUNDACENTRO

[2] Formulário para coleta de dados


Artigos relacionados:







Arquivos antigos do Blog



Para relembrar ou ler pela primeira vez sugerimos nesta coluna algumas edições com assuntos relevantes para a área prevencionista. Vale a pena acessar.

EDIÇÃO SUGERIDA
Veiculando as seguintes matérias:

CAPA
-“ Gestão por competência na organização
Gestão por Competência é uma poderosa ferramenta de gestão organizacional porque permite o alinhamento estratégico da Gestão de Pessoas com a Estratégia da Organização.

COLUNA FLEXÃO E REFLEXÃO
- Medições de ruído ocupacional com celular
Alguns profissionais de segurança do trabalho estão realizando medições de ruído por meio de celulares, mas isso é legal? As consequências de laudos e programas contendo medições de ruído ocupacional sem embasamento técnico, científico e legal já são bem conhecidas pelos empregadores (quando investem em segurança do trabalho e ainda são obrigados a pagar adicionais de insalubridade indevidos, por exemplo).

COLUNA OS RISCOS E SUAS IMPLICAÇÕES
-“ Características gerais físicas e biológicas das substancias tóxicas “
As características químicas e toxicológicas das substâncias são bem conhecidas e largamente detalhadas nas FISPQ – Fichas de Segurança de Produtos Químicos, bem como, nos rótulos dos produtos. No entanto, as características físicas e biológicas nem sempre acompanham esses documentos legais.

Bom aprendizado.
                       

Flexão & Reflexão


Empresas prevencionistas ocupacionais: Raridade no Brasil

O segundo acidente fatal cometido pela Vale na barragem de Brumadinho nos deu a certeza da rara existência da mentalidade prevencionista nas empresas brasileiras.

Para começo de conversa, por que as áreas de vivência foram construídas em local de risco? Coisa que qualquer Técnico em Segurança do Trabalho meia colher sabe que não pode. Mas quem escuta Técnicos de Segurança? Enquanto a titularidade profissional for priorizada em detrimento do conhecimento e da experiencia essas aberrações vão continuar acontecendo. E pior, já tinha escutado algo por parte de Técnicos da própria Vale. Agora vejo alguns patetas nas emissoras de TV chamando a atenção para a necessidade de leis que evitem esses acidentes.  O entrevistado se diz especialista, é convidado pela TV para comentar o assunto, mas desconhece completamente a existência de normas de proteção para a atividade de mineração. Temos as leis mais avançadas do mundo sobre prevenção de riscos em mineração. Aliás, a única coisa que o Brasil é primeiro mundo é em legislação. E não se trata apenas da NR-22.[1] Além das demais Normas Regulamentadoras aplicáveis (mais especificamente as NR-18, 21 e 24)[2], há também outras normas nacionais e internacionais aplicáveis. Temos as Normas Reguladoras de Mineração – NRM,[3] da Agencia Nacional de Mineração e outras. Portanto, não foi por falta de leis que a barragem estourou, mas por supervalorização de titularidades, desprezo pela experiencia e conhecimento profissionais e, claro, regado pela pressão dos acionistas em obter maiores lucros. Seria muito inocente de minha parte achar que a conclusão do laudo não foi forçada, após o registro de várias irregularidades no corpo do próprio laudo. Quanto a fiscalização, na prática, basta apresentar uma ART – Anotação de Responsabilidade Técnica que qualquer lixo vira laudo confiável. Estou mentindo? É a indústria da ART. O negócio é tão bom que até o recém-criado Conselho dos Técnicos Industriais estão inventando uma versão de ART. E, não. Não é para garantir a qualidade dos serviços. Médicos, esses incompetentes que não garantem seus serviços (SQN). Sem contar que esses laudos são elaborados individualmente. São poucos os profissionais que escutam os trabalhadores e outros profissionais da área. Se acham especialistas e não precisam das observações do baixo clero. Imagina quantos relatórios foram elaborados chamando a atenção para os riscos dessa barragem de rejeitos sem ao menos terem sido lidos pelos superiores hierárquicos? Quantos gerentes de empresas leem as atas da CIPA? E os relatórios dos Técnicos? Somente em empresas onde os funcionários não possuem vez nem voz, administradas por políticos e não por técnicos, ocorrem esse tipo de coisa. Enquanto as empresas forem comandadas por políticos assessorados por advogados esses crimes vão continuar acontecendo. Engenharia é uma ciência exata. Por isso ela pode e deve garantir a estabilidade de uma porcaria de uma barragem de rejeitos. A última palavra deve ser sempre do técnico responsável pelo projeto. Enquanto os políticos buscam atender interesses relacionados a propinas e ao politicamente idiota, os advogados transformam a engenharia numa coisa ambígua, relativa e cheia de falhas. Desse modo, transformam todo conhecimento científico numa piada. Nem todo acidente é fatalidade. Fatalidade é cair um raio na cabeça. Acidentes de trabalho típicos podem e devem ser evitados. Acidentes de engenharia não devem existir. O povo brasileiro já está de saco cheio de politicamente idiotas e de frescos. Prova disso foi a recente eleição do Bolsonaro. Enquanto o povo clamava numa direção, o PT direcionava os ouvidos para outra. Perderam feio e dificilmente voltarão ao poder (mesmo que o atual governo não tenha sucesso, gravem isso). Em democracias a maioria decide. Se eu estou preocupado com as alterações das leis trabalhistas, desmonte do Ministério do Trabalho e reforma da previdência? Nem um pouco (sim, a reforma da previdência é necessária, apesar de não ser a causa ou a solução para a crise)[4]. Mas claro que há problemas na reforma da previdência. Não está havendo interesse quanto a redução dos benefícios dos maiores beneficiários, integrantes dos três poderes. E um carpinteiro de obras, por exemplo, não tem condições de chegar aos 65 anos de idade montando formas na construção civil (não tem mais lombar para isso). Informações confiáveis são as oficiais, indexadas e com revisão de pares e não pregação apologética e conversa de jornalista. Existe coisa mais politicamente idiota do que licitação com critério baseado apenas no preço? Eu não participo de licitação. O critério de menor preço é criminoso. Por exemplo: uma proposta para elaborar um programa de segurança ocupacional conforme a legislação, com levantamento ambiental, instrumentos calibrados e aprovados, avaliação laboratorial e que não causará prejuízos a empresa, não pode custar somente duzentos reais. E quem aceita isso é criminoso, como os engenheiros que foram ver Brumadinho nascer quadrado. Recusem veementemente participar de licitações onde os critérios são baseados unicamente no preço do serviço e no pagamento de propinas. Essa prática pode sair muito cara futuramente.

Empresas com hierarquias muito fortes tendem a delegar comandos a caciques políticos, incompetentes, cerceadores, mutilantes e constrangedores. Basta apenas que esses caciques se identifiquem (ou finjam ter) com a ideologia dos superiores. Não sei porque, mas algumas empresas de verdade (privadas) adotam políticas, crenças, filosofias, ideologias e outras idiotices de empresas de mentirinha (públicas).  Será que algum profissional do SESMT da Vale teve a coragem de relatar que algo estava errado com a barragem? Talvez o medo de perder o emprego dentro de uma empresa com comando politizado e em um País recessivo como o nosso tenha falado mais alto. Muitas pessoas perderam suas vidas de modo terrível. Morrer asfixiado é uma das piores mortes que existe. Acho que perde apenas para a morte pelo fogo.

Algo que me deixa triste é ver profissionais de segurança e saúde fazendo piada com prevenção ocupacional. Utilização de cartazes com humoristas e de palhaços para falar de prevenção não é uma boa ideia. Segurança ocupacional é uma ciência e deve ser tratada como tal. Não precisa de pregações e nem de piadas para ser aceita ou assimilada. Isso somente desclassifica e transforma uma ciência tão séria em algo sem importância. Respirar vapores de hidrocarbonetos aromáticos não deixa ninguém “bisonho” nem “noiado”, mas causa sérios problemas de saúde, como a leucemia ou câncer de sangue, sendo um dos efeitos o torpor e sintoma a anemia. É desse modo que deve ser tratada a segurança no trabalho, com a seriedade que a mesma exige, não como uma piada de mau gosto. Se você que é da área não leva seu trabalho a sério, quem vai levar? A quem interessa esse tipo de espetáculo com informações supérfluas? Você não tem competência para ministrar um treinamento decente? Os profissionais da empresa devem ser priorizados em relação aos terceirizados. Valorize a si mesmo e ao seu trabalho. Pense nisso.

Referencias:
[1] NR-22

[2] NR-18, 21 e 24

[3] Normas Reguladoras de Mineração – NRM e outras

[4] A reforma da previdência é necessária


Artigos relacionados:



Ajuda para profissionais de RH/GP e Administradores




Aqui selecionamos uma série de artigos sobre assuntos de interesse do Departamento de Recursos Humanos ou de Gestão de Pessoas das Organizações. Postados de forma sequenciada, os profissionais podem acessar as informações completas apenas clicando sobre os títulos na ordem em que se apresentam. Para não sair desta página, o leitor deverá clicar sobre o título com o mouse esquerdo e em seguida clicar em “abrir link em nova guia”, após marcar o título.


Boa leitura.

[1] Auxílio para Gestão do Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP

[2] Auxílio para Gestão de SSO na área de RH/GP


[4] Auxílio para CIPA


Os riscos e suas implicações


Ponto de orvalho

O Ponto de Orvalho é importante para determinação do conforto térmico nos locais de trabalho. É a Segurança do Trabalho lançando mão da ciência para melhoria das condições de trabalho.

Na NR-17[1], temos:
17.5.2. Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação intelectual e atenção constantes, tais como: salas de controle, laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, são recomendadas as seguintes condições de conforto:
a) níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma brasileira registrada no INMETRO;
b) índice de temperatura efetiva entre 20  oC (vinte) e 23 oC (vinte e três graus centígrados);
c) velocidade do ar não superior a 0,75m/s;
d) umidade relativa do ar não inferior a 40 (quarenta) por cento).

A umidade relativa do ar não pode ser inferior a 40% nos postos de trabalho descritos. Tal exigência legal decorre do fato de que ambientes com taxa de umidade relativa muito baixa ocasiona:[2]
EFEITO NOS OLHOS:
a)    Ressecamento da superfície do globo ocular ocasionando aumento das piscadas com o objetivo de manter a lubrificação nesse local. O ato de piscar “lava” a superfície do globo ocular e a lágrima funciona como detergente;
b)    Irritação da superfície do globo ocular;
c)    Inflamações devido ao atrito das pálpebras com a superfície do globo ocular;
d)    Penetração de vírus e bactérias, principalmente as bactérias do tipo “cocos”;
e)    Sonolência (Fenômeno “Olhos pesados”);
f)     Ato de coçar os olhos podendo levar ao deslocamento e deformação da retina, bem como, contaminação pelas mãos sujas;
EFEITOS FISIOLÓGICOS:
a)    Redução da sudorese e da velocidade de evaporação com consequente redução da temperatura do corpo (Para ambientes não climatizados e %RH em torno de 90%);
b)    Desconforto térmico ou sensação de calor opressivo com impacto na capacidade de concentração.

Naturalmente, o ar que nos circunda possui certo percentual de vapor de água, dependendo das estações do ano. No verão, por exemplo, o ar se encontra bastante úmido porque contém elevada umidade relativa, ou seja, ele contém quase tanta umidade quanto pode reter. Podemos dar como exemplo, o seguinte: Se um metro cúbico de ar contém 10 gramas de vapor de água, cujo ponto de saturação é 20 gramas, sua umidade relativa é de 50%.

Portanto, a Umidade Relativa (%RH) é a relação entre o vapor de água que ele contém e o que conteria em seu ponto de saturação, sendo dado pela fórmula:[3]
%RH = (M / Mo) x 100%
Onde, M é massa de vapor de água no ar e Mo a massa de vapor de água saturado.
Também poderá ser expressa em função da pressão parcial:
%RH = (P/Po) x 100%
Onde,  P é a pressão parcial de vapor de água e Po  é a pressão de vapor saturado.
Pressão de vapor saturado é a pressão em que o vapor e o líquido encontram-se em equilíbrio (o número de moléculas de vapor que se condensam é igual ao número de moléculas do líquido que evaporam).
Adicionando determinado volume de ar numa dada temperatura (T), aumenta-se a pressão parcial do vapor de água. Quando esta pressão parcial for igual à pressão de vapor nesta temperatura (T), o ar estará saturado.
Umidade Relativa (%RH) de um volume de ar é a relação entre o vapor de água que ele contém e o que conteria se estivesse saturado:
% RH =  M/M’ x 100, onde:
M  = Massa de vapor de água no ar;
M’ = Massa de vapor de água saturado.
Ex.: Se um metro cúbico de ar contém 20 gramas de vapor de água, mas pode conter 40 gramas, a RH dele é de 50%.
Seu valor se encontra acima da metade da capacidade máxima ou ponto de saturação do ar ambiente. Esse valor dever ser superior a 40 % RH nos postos de trabalho. Abaixo disso, há problemas no organismo, como boca seca, ressecamento e rachadura nos lábios, garganta e nariz, ressecamento dos olhos, etc  O valor máximo não foi estipulado devido a impossibilidade de ocorrência de altos valores nas situações previstas na NR-17.
A umidade relativa pode aumentar devido ao aumento da quantidade de vapor de água no ar, numa certa temperatura. Também, pela diminuição da temperatura do ar, levando a redução da pressão de vapor saturado. Isso ocorre porque a queda da temperatura provoca a saturação do ar em função dos vapores de água suspensos no ar, resultando na formação da neblina.

PONTO DE ORVALHO[4]
Mas e o Ponto de Orvalho? 
Ponto de Orvalho é a temperatura em que o ar úmido fica saturado.
O orvalho é um fenômeno físico no qual a umidade presente no ar precipita por condensação na forma de gotas, pela diminuição da temperatura ou em contato com superfícies frias. Ou seja, corresponde ao processo contrário ao da evaporação. Pode ser entendido também como um fenômeno vinculado à capacidade do ar de incorporar e reter vapor de água. Para uma dada temperatura há um teor máximo de vapor a ser incorporado ao ambiente. Tal capacidade máxima aumenta à medida que a temperatura do ar aumenta. Por exemplo, ao nível do mar, um ambiente a 30 °C pode conter um máximo de 27 gramas de vapor por quilograma de ar seco. No mesmo ambiente, mas a 0 °C, apenas pode ser incorporado um máximo de quatro gramas de vapor por quilograma de ar seco. Assim, caindo a temperatura no ambiente, há condensação do excesso de vapor de água. O esfriamento noturno do solo e da camada de ar adjacente, em função das perdas de energia por emissão de radiação infravermelha, contribui significativamente para a produção do sereno. E ocorre com mais frequência nas noites com tempo calmo, quando a baixa  temperatura do solo afeta o ar, fazendo o vapor atingir o ponto de saturação.

CÁLCULO DO PONTO DE ORVALHO
A temperatura do ar, expressa através da medida do termômetro de bulbo seco (tbs), a temperatura de bulbo úmido natural (tbn), a umidade relativa do ar (%RH) e o Ponto de Orvalho (PO) estão relacionados entre si. Enquanto a temperatura do ar (tbs) corresponde a medida da energia térmica no ar, a umidade relativa do ar (%RH) é a medida de vapor de água. O Ponto de Orvalho (PO) é a temperatura na qual o vapor de água começa a condensar em água líquida. Para determinar esses três valores precisamos das medidas das temperaturas. Após medição das temperaturas o técnico deve fazer uso de diagramas específicos que permitem calcular a umidade relativa do ar e o Ponto de Orvalho. Mas para isso, deve-se calcular a depressão do tbn subtraindo a temperatura dele da do tbs:
Exemplo:
tbs = 37 °C
tbn = 34,4 °C.
Depressão do tbn ou Depressão Psicrométrica (Dp) = 37 - 34,4 => Dp =  2,6

CÁLCULO DA UMIDADE RELATIVA DO AR (%RH)
Para calcular o Ponto de Orvalho é necessário calcular primeiro a %RH. A umidade relativa pode ser conhecida por meio de aparelhos como higrômetros, psicrômetros e dewchecks;[5]
O método utilizado para determinação da umidade relativa depende do objetivo ou da precisão exigida no resultado. Para fins de segurança e saúde ocupacional pode-se utilizar aparelhos ou cálculo de tabelas, sendo as medições ao nível do tórax dos trabalhadores (tanto sentado quanto de pé). Para isso, deve ser utilizado o Diagrama de Umidade Relativa:

DIAGRAMA DE UMIDADE RELATIVA


Dp = tbs - tbn
tbs
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
5,5
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53
Fonte do Diagrama: cogumelohobby.com/umidade_relativa.htm

Percebemos que para esses valores de tbs e Dp a umidade relativa do ar é de 84%.
Conhecida a %RH, é possível calcular o Ponto de Orvalho ou medir o mesmo através de equipamentos. Para cálculo, podemos utilizar instrumentos ou o Diagrama do ponto de Orvalho:

TABELA PONTO DE ORVALHO (ESTIMADO)

tbs
UMIDADE RELATIVA (%RH)
10
20
30
40
50
60
70
80
90
40
3,0
13,0
19,3
24,0
27,7
30,8
33,5
35,9
38,1
39
2,2
12,2
18,4
23,1
26,8
29,9
32,6
35,0
37,1
38
1,4
11,4
17,6
22,2
25,9
29,0
31,6
34,0
36,1
37
0,7
10,5
16,7
21,3
24,9
28,0
30,7
33,0
35,1
36
-0,1
9,7
15,8
20,4
24,0
27,1
29,7
32,0
34,1
35
-0,9
8,8
15,0
19,5
23,1
26,1
28,7
31,1
33,1
34
-1,7
8,0
14,1
18,6
22,2
25,2
27,8
30,1
32,1
33
-2,5
7,2
13,2
17,7
21,2
24,2
26,8
29,1
31,1
32
-3,3
6,3
12,3
16,8
20,3
23,3
25,9
28,1
30,2
31
-4,1
5,5
11,5
15,9
19,4
22,3
24,9
27,2
29,2
30
-4,7
4,7
10,6
15,0
18,5
21,4
23,9
26,2
28,2
29
-5,5
3,8
9,7
14,1
17,6
20,5
23,0
25,2
27,2
28
-6,3
3,0
8,9
13,2
16,6
19,5
22,1
24,3
26,2
27
-7,1
2,2
8,0
12,3
15,7
18,6
21,1
23,3
25,2
26
-7,8
1,4
7,1
11,4
14,8
17,7
20,1
22,3
24,2
25
-8,6
0,5
6,2
10,5
13,9
16,7
19,2
21,3
23,2
24
-9,4
0,3
5,4
9,6
12,9
15,8
18,2
20,4
22,3
23
-10,2
1,1
4,5
8,7
12,0
14,8
17,2
19,4
21,3
22
-10,9
2,0
3,6
7,8
11,1
13,9
16,3
18,4
20,3
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2,8
2,7
6,9
10,2
12,9
15,3
17,4
19,3
20
-12,5
3,7
1,9
6,0
9,2
12,0
14,4
16,5
18,3
19
-13,3
4,5
1,0
5,1
8,3
11,0
13,4
15,5
17,3
18
-14,0
5,4
0,1
4,2
7,4
10,1
12,4
14,5
16,4
17
-14,8
6,2
0,8
3,3
6,5
9,2
11,5
13,5
15,4
16
-15,6
7,0
1,6
2,4
5,5
8,2
10,5
12,6
13,4
15
0,0
7,8
2,5
1,5
4,6
7,3
9,6
11,6
12,4


O Ponto de Orvalho é de aproximadamente 33,0 °C (32,96 oC).[6]

A maioria dos trabalhadores (principalmente as mulheres, que possuem um metabolismo inferior ao do homem), começam a sentir desconforto quando o Ponto de Orvalho fica acima de 20 oC. O ar ambiente com Ponto de Orvalho acima de 23 oC, por exemplo, já é muito úmido. Como ilustração de orvalho, podemos citar a condensação do ar ambiente relativamente aquecido sobre as paredes externas de um copo de cerveja gelado. Ocorre que o ar próximo ao copo se esfria e fica saturado, condensando o vapor de água presente no ar nas paredes do copo, como gotas de orvalho.
                 
Como vimos, a umidade relativa do ar é um dos elementos que pode gerar desconforto térmico num ambiente de trabalho. Para que sua contribuição seja positiva, quando associado aos demais elementos responsáveis por esse resultado, o mesmo não deve ser inferior a quarenta por cento. Não sendo citado o nível máximo porque uma condição muito superior a essa não seria possível no ambiente de trabalho mencionado no item 17.5.2. da NR-17.

Para aferição da umidade relativa do ar, há aparelhos disponíveis no mercado. Lembrando que as aferições devem ser tomadas em condições normais de trabalho e ao nível do tórax do trabalhador.  A calibração e a limpeza do aparelho são importantes porque esses valores geralmente situam-se muito próximos uns dos outros. A poeira depositada sobre o sensor do aparelho pode causar erros absurdos, daí a importância da limpeza.

Na área ocupacional, o conhecimento sobre o Ponto de Orvalho do ambiente, juntamente com os demais dados, é importante para determinação do conforto térmico de trabalhadores. Muito útil em Análises Ergonômicas do Trabalho – AET. Mas há muitas outras aplicações, como na meteorologia, agricultura, pinturas de superfícies, etc 

Webgrafia:
[1] NR-17

[2] Efeitos da umidade relativa do ar na saúde

[3] Umidade relativa do ar

[4] Ponto de Orvalho

[5] Aparelhos para medir a umidade relativa do ar

[6] Cálculo do Ponto de Orvalho

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Feras da prevenção



 RESPOSTA DO TESTE 11:

Uma construtora vai contratar um pedreiro para trabalhar no revestimento da fachada de uma edificação em obras. Pergunta-se:
a) Quais são os exames médicos ocupacionais que o pedreiro deve fazer, de acordo com a NR-07?
R-Clínico-ocupacional, audiometria, espirometria, glicemia de jejum, EEG, ECG;
b) Qual é o prazo para fazer os exames médicos ocupacionais, de acordo com a NR-07?
R-Admissional e anual, exceto, audiometria, que deve ser realizado na admissão, seis meses após admissão e depois anual;
c) Quais são os treinamentos de SST que o pedreiro deve fazer, de acordo com as NR aplicáveis?
R-Ordem de Serviço (NR-01), Admissional (NR-18), Uso de andaimes ou cadeiras (NR-18) e Trabalhos em Altura (NR-35); 
d) Qual é o prazo para realizar os treinamentos de SST, de acordo com as NR aplicáveis?
R-Anual ou quando houver mudança de obra ou na atividade/operação/ambiente/equipamento/ferramenta do profissional;
e) Qual é a qualificação ou capacitação profissional que o pedreiro deve ter, de acordo com a NR-18?
R-Seis messes de carteira ou capacitação na obra;
f) Quais são os documentos que o Técnico de Segurança deve juntar no prontuário individual do trabalhador para apresentar a fiscalização?
R-Ficha de Registro, Ordem de Serviços, ASO, Ficha EPI, Atas treinamentos/capacitação, certificado treinamento altura/capacitação;
g) Qual é o prazo de realização do exame audiométrico, de acordo com a NR-07?
R-Ver item “b”;
h) Quais são os EPI a serem entregues ao pedreiro, de acordo com as NR 06 e 18?
R-Botinas, capacete com jugular, luvas impermeáveis, óculos segurança lente escura, respirador poeiras, protetor auricular, cinto de segurança paraquedista;
i) Quais são os EPC que devem ser instalados, de acordo com a NR-18?
R-Linha de vida vertical com trava-quedas;
j) Quais são os procedimentos de SST a serem executados antes de iniciar as atividades?
R-Elaborar e executar APR e PT;


TESTE 12:

Conforme definições constantes na NR-20, que trata da segurança e saúde no trabalho com inflamáveis e combustíveis, é correto afirmar que:
a) líquido combustível é todo aquele que possui ponto de fulgor igual ou inferior a 60 °C.
b) líquido inflamável é todo aquele que possui ponto de fulgor superior a 60 °C e igual ou inferior a 93 °C.
c) líquido inflamável é todo aquele que possui ponto de fulgor inferior a 70 °C
d) líquido combustível é todo aquele que possui ponto de fulgor igual ou superior a 70 °C e inferior a 93,3 °C.
e) líquido inflamável é todo aquele que possui ponto de fulgor igual ou inferior a 60 °C.


Bom divertimento.


RESPOSTA DO TESTE 12:
Resposta na próxima edição.

- - - & - - -

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Quando do encerramento das postagens neste espaço, as publicações serão postadas no HBS:
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