Recife/PE, novembro de 2017 – Exemplar no 00111 –
Publicação Mensal
Atuação
prática do Assistente Técnico Pericial Trabalhista
Prosseguindo
com a série de artigos sobre Assistente Técnico Pericial Trabalhista, vamos nos
deter agora no exame da atuação deste profissional na perícia propriamente
dita.
Enquanto
os Assistentes Técnicos representam a parte que o indicou, na defesa dos seus
interesses, os peritos são os olhos e os ouvidos do juiz. Mas há leis mais
rígidas que regulamentam a atuação do perito. Como não é objeto deste artigo,
vamos deixar o perito de lado por enquanto.
A
atuação prática do Assistente Técnico na perícia consiste em:
a)
Receber o comunicado do perito em relação ao dia e hora da realização da
perícia;
b) Separar a documentação de defesa para entrega ao perito;
c)
Chegar antes do horário para organização do local para recepção do perito;
d) Recepção do perito;
e) Acompanhamento da perícia;
f) Envio de documentos posteriores a
visita do perito;
g) Aguardar o laudo para possíveis
contestações.
RECEBER O COMUNICADO DO PERITO EM
RELAÇÃO AO DIA E HORA DA REALIZAÇÃO DA PERÍCIA
O
perito é obrigado a comunicar o dia e hora da perícia ao(s) Assistente(s)
Técnico(s) da(s) parte(s), conforme parágrafo segundo do Artigo 466 da Lei nº
13.105, de 16 de março de 2015 (Código
do Processo Civil – CPC):[1] “§
2o O perito deve assegurar aos assistentes das partes o acesso e o
acompanhamento das diligências e dos exames que realizar, com prévia comunicação,
comprovada nos autos, com antecedência mínima de 5 (cinco) dias.”
Daí,
deve o Assistente Técnico estudar o processo (inicial) relacionado com a
petição que pretende defender, verificar as respostas do questionário
anteriormente elaborado, juntar todas as provas beneficentes da sua parte e
aguarda a perícia. Muitos peritos respondem o questionário elaborado pelo
Assistente Técnico no momento da perícia. Por isso é preciso se preparar antes
para as respostas que serão dadas ao perito, com as devidas evidencias ou
provas comprobatórias.
SEPARAR A DOCUMENTAÇÃO DE DEFESA PARA
ENTREGA AO PERITO
A
documentação de defesa depende do assunto peticionado. Se for insalubridade
deve o Assistente Técnico juntar os seguintes documentos relacionado ao
reclamante:
a) Ordem
de Serviços;
b) Fichas
ou Listas de Treinamentos;
c) Recibos
de Entrega e Controle de EPI;
d) Recibos
Comprobatório da Higienização dos EPI;
e) ASO
– Atestado de Saúde Ocupacional, inicial e demissional;
f) Levantamento
Ambiental (LTCAT, Laudo de Insalubridade, PPRA ou outros);
g) FISPQ
- Fichas de Segurança de Produtos Químicos;
h)
Rótulos dos produtos químicos;
Lembrando
que documento é formulário devidamente preenchido. A Ficha de EPI, por exemplo,
deve constar no mínimo a descrição do EPI, as datas de entrega e devolução, o
CA e a assinatura do trabalhador. O
Levantamento Ambiental deve conter o dimensionamento das exposições,
considerando o tempo de exposição e a atenuação oferecida pelo EPI, além dos
valores das intensidades ou concentrações dos agentes nocivos. Laudos ou
medições ambientais contendo apenas os valores das intensidades ou
concentrações dos agentes nocivos servem apenas para prejudicar a empresa numa
perícia ou eventual fiscalização. Interessante que em todos os eventos sobre
segurança do trabalho que participo, não são repassadas essas informações. Mas
perdem um tempo enorme tentando convencer os presentes sobre a obrigatoriedade
da emissão da ART – Anotação de Responsabilidade Técnica (que nem é tão
obrigatória assim). Ou seja, não querem informar coisa nenhuma. O interesse é
apenas de reserva de mercado. A paranoia da ART é tão grande que tem empresa
exigido ART até de PCMSO e de curso de CIPA. Fala sério. Quem quer informar faz
isso aqui, publica na net para que todos possam ler gratuitamente.
CHEGAR ANTES DO HORÁRIO PARA
ORGANIZAÇÃO DO LOCAL PARA RECEPÇÃO DO PERITO
O
Assistente Técnico (nesse caso da empresa) deve chegar antes do horário da
perícia. Essa recomendação decorre da necessidade de organizar o local onde o
perito fará as anotações e realizará as medições in loco. Deve ser reservada uma mesa com cadeiras para as
diligencias administrativas. O local de trabalho a ser periciado deve ser limpo
e organizado e não deve aparecer funcionários estranhos ao setor ou de função não
correlata no momento da perícia. Gente fina com o perito não é bem-vinda nessa
hora. Também é necessário instruir os paradigmas e os demais acompanhantes da
perícia. Instruir não é ensinar a eles como mentir para o perito. Eles devem
ser instruídos a falar a verdade, mas salientando alguns detalhes que o
reclamante geralmente não vai dizer ao perito. Por exemplo, o reclamante operou
a betoneira em apenas uma ocasião, quando o operador faltou ao trabalho, mas na
petição geralmente vai constar que o tal “operava
a betoneira”. Os verbos no gerúndio e no pretérito imperfeito podem ser perigosos
para as empresas.
RECEPÇÃO DO PERITO
O
perito deve ser recepcionado pelo Assistente Técnico já na portaria da empresa.
O pronome de tratamento adequado para o perito é senhor perito e doutor fulano.
Lembre-se que o perito é um emissário do juiz e possuir força de lei. No
entanto, deve se evitar as constrangedoras bajulações e demonstrações de medo
ou inferioridade ante a pessoa do perito. Nesse momento, deve ser acertado com
o perito por onde ele gostaria de iniciar a perícia, se nas diligencias
administrativas ou práticas, no local de trabalho.
ACOMPANHAMENTO DA PERÍCIA
A
perícia deve ser conduzida com naturalidade, deixando o perito à vontade para
que possa se deslocar no ambiente de trabalho livremente. Não pode haver
constrangimento e impedimento de acesso do perito aos locais. A negação de
informações influi negativamente no resultado da perícia. No entanto, é obrigação do Assistente Técnico
informar o posto ou local de trabalho do reclamante e relacionar todos os
elementos que possuem ou não relação com o reclamante. Evitar também a formação
da famosa rodinha de informantes em torno do perito. Isso prejudica a passagem
de informações. Lembro que o perito é como se fosse um auditor e como regra
básica nunca se deve entregar a pasta com todos os documentos ao mesmo. Mas à
medida que o perito vai solicitando os documentos, o Assistente Técnico deve
retirar da pasta e entregar ao perito apenas o documento solicitado. Exceto se
beneficia a parte defendida é que o Assistente Técnico deve adiantar
informações ou documentos. O Assistente Técnico também pode valer-se de todos
os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações, solicitando
documentos que estejam em poder da parte, de terceiros ou em repartições
públicas, bem como instruir o Parecer Técnico com planilhas, mapas, plantas,
desenhos, fotografias ou outros elementos necessários ao esclarecimento da peça
de defesa.
ENVIO DE DOCUMENTOS POSTERIORES A VISITA
DO PERITO
Muitas
vezes a documentação não se encontra no local ou não há como retirar cópias.
Nesse caso o perito solicita ao Assistente Técnico o envio posterior,
geralmente em meio magnético ou e-mail. Nunca se deve deixar que outros façam
isso. Mesmo esses documentos devem antes serem revisado pelo Assistente
Técnico. Conheço um caso em que o
magistrado desconsiderou o certificado de capacitação do reclamante porque não
estava assinado pelo instrutor e promotor do curso, mas apenas pelo reclamante.
AGUARDAR O LAUDO PARA POSSÍVEIS
CONTESTAÇÕES
O
objetivo da contestação ou Parecer Técnico é dizer ao magistrado que não é bem
assim. Ou seja, devem ser expostas possíveis falhas, ausência de embasamento,
omissões, extrapolações, analogias falsas e erros técnicos, científicos ou
legais. E não é difícil encontrar. De cada dez laudos, oito eu encontro erros e
consigo provar o contraditório. No entanto, toda contestação deve ser embasada
por provas. Atentar para o prazo concedido pelo juiz para apresentação da
defesa. Nessa fase não é mais possível anexar documentos aos autos. Por isso as
duas fases anteriores são tão importantes na condução e apresentação das provas
contraditórias.
Nos
artigos anteriores você pode encontrar o embasamento para as demais ações
relacionadas as atividades dos Assistentes Técnicos Periciais. Gostaria de
lembrar que para as atividades desses profissionais ainda não há
obrigatoriedade legal de titularidade profissional, bastando que o Assistente
Técnico seja da confiança do empregador, semelhante ao profissional elaborador
do PPRA. Portanto, os Técnicos em Segurança do Trabalho devidamente capacitados
para tal devem participar também desse processo e atuar livremente nesse ramo
profissional. Com este artigo finalizo a
série sobre Assistentes Técnicos Periciais. Espero que tenham gostado. Boa
assistência técnica pericial.
Webgrafia:
[1] Lei
nº 13.105, de 16 de março de 2015
Artigos relacionados:
Eletrostáticas
Arquivos antigos do Blog
Para relembrar ou ler pela primeira vez
sugerimos nesta coluna algumas edições com assuntos relevantes para a área
prevencionista. Vale a pena acessar.
EDIÇÃO
SUGERIDA
HEITOR BORBA INFORMATIVO N 79 MARÇO DE 2015
Veiculando as seguintes matérias:
CAPA
-“
Os
níveis do Nível de Ação Preventiva ”
Os Níveis de Ação Preventiva definidos pela
NR-09 trazem valores acima dos quais o empregador deve deflagrar ações
mitigadoras com o objetivo de evitar danos ao trabalhador.
COLUNA
FLEXÃO E REFLEXÃO
-“
Programas
da moda: O que justifica a elaboração de programas de segurança específicos? “
Programas de segurança específicos, como por
exemplo, PPR – Programa de Proteção Respiratória, PCA – Programa de Conservação
Auditiva e PROERGO – Programa de Ergonomia não são obrigatórios para todas as
empresas.
COLUNA OS
RISCOS E SUAS IMPLICAÇÕES
-“
Bases científicas do Anexo I da NR-15: A curva de compensação
“A” “
Como a sensação sonora (forma como os nossos
ouvidos percebem o som) não pode ser expressa de forma separada por nenhum dos
valores de Nível de Pressão Sonora – NPS nas respectivas frequências houve
necessidade de se criar um único valor que representasse essa sensação sonora:
O dB(A).
E ainda, coluna “O leitor pergunta...”
Flexão
& Reflexão
Boas
práticas entre veteranos e iniciantes
Oferecer
condições para o desenvolvimento dos iniciantes é dever dos veteranos.
Iniciantes
são aquelas figurinhas inseguras, indecisas e cheias de dúvidas, mas muito
sonhadoras. Alguns iniciantes se decepcionam com a área e desanimam. Outros
apenas frequentaram o curso, não cursaram nada, apenas foram atrás de uma
propaganda de escola e ainda são semianalfabetos. Lidar com iniciantes não é
fácil, exige paciência, dedicação e boa vontade. Mas líderes não produzem seguidores.
Produzem outros líderes. Mas é preciso que o pupilo também deseje isso. Para
que um calouro profissional possa evoluir é necessário que o mesmo possua
algumas qualidades:
I – GOSTAR DO QUE FAZ
Gostar
do que faz é o ponto fundamental para qualquer profissional. Por mais
desanimador que seja o ambiente de trabalho, caso o profissional goste do que
faz, sempre vai conseguir desenvolver um trabalho acima da média em qualquer
empresa. Quem gosta do que faz não trabalha, se diverte. O gosto pelo que faz
traz também o interesse pelo estudo e acaba aprendendo mais do que necessita
para desenvolver as suas atribuições com competência. A eficiência e a eficácia
são habilidade que se aprendem com o tempo e são inerentes a prática e a
característica da organização. Um profissional eficiente e eficaz[1]
numa empresa pode não se sair muito bem em outra. Isso não deve ser
interpretado de imediato como incompetência, mas pode estar atrelado a recusa
do profissional em aceitar certas práticas empresariais que fogem aos seus
princípios éticos, filosóficos ou religiosos. Há empresas que perdem excelentes
profissionais por causa de um gestor
incompetente ou mau caráter. E a culpa não é apenas do empresário. Existem
gestores duas caras que são excelentes atores.
No entanto, gostar do que faz é o fundamento para a construção do
profissional de sucesso. O respeito profissional vem da competência. O veterano
deve mostrar ao iniciante que as barreiras encontradas são desafios para
aprimoramento da sua aprendizagem. Sem dor sem ganho. O esforço é fundamental
para a aprendizagem. O iniciante, seja profissional ou estagiário, deve
conhecer todas as vantagens e desvantagens da profissão e de forma sincera e
honesta, o veterano deve passar essas informações ao seu pupilo.
II-TER
CURSADO UMA BOA ESCOLA
Cursos
precários, geralmente ministrados por professores sem prática profissional e
ainda pior, analfabetos funcionais e científicos[2], formam
profissionais medíocres e desprovidos de pensamento. Profissionais que não pensam são perigosos e
podem causar grandes prejuízos para empresas e trabalhadores. Como é o caso dos
profissionais que substituem medidas preventivas por orações, rezas e
mandingas.[3] Tem até gestor que substitui EPI para produtos
químicos por leite. Mas considerando que há também fiscais do trabalho
papagueando que é para renovar apenas a análise global do PPRA[4],
isso até que é fichinha.
Todo
mundo comete erros de português, inclusive eu. Mas há erros grosseiros que são
inaceitáveis. Muitos erros são resultantes mais da pressa ou descuido do que da
ignorância. Como tenho pouquíssimo tempo disponível e trabalho sozinho,
inclusive na edição deste informativo, sempre cometo alguns erros também. Mas
que possuem causas perceptíveis que apontam para a pressa ou descuido.
Entretanto, erros grosseiros denunciam a má formação profissional, como por
exemplo, grafias erradas: oge (hoje), proficionau (profissional), cerra
(serra), bitonera (betoneira), groa (grua), tequino (técnico), dentre outras.
Tais estagiários, ou mesmo profissionais, apesar de não possuírem base para nenhum
aprendizado, caso se interessem, também podem se desenvolver e se tornarem
excelentes profissionais. Fato interessante é que alguns profissionais deste
quilate, infelizmente se acham, não são humildes, não questionam, acham que já
sabem tudo e não querem aprender nada. Quando ensino algo para alguém e esse
alguém fica calado, das duas uma: ou entendeu tudo ou não entendeu nada e não
quer aprender ou não tem humildade para reconhecer a sua ignorância. Ignorância
essa, facilmente detectada quando lanço uma sequência de perguntas sobre o
assunto ministrado. Cursar uma boa escola ou mesmo se desenvolver
autodidaticamente é fundamental para o desenvolvimento do profissional de
sucesso. O reconhecimento profissional vem do conhecimento aplicado de forma
eficiente e eficaz. O veterano deve sempre incentivar o estudo, promover
cursos, prescrever ao iniciante tarefas progressivamente mais difíceis e outros
desafios sucessivos.
III-GOSTAR
DE LER E APRENDER
O bom
profissional é reconhecido pela sua biblioteca. Sinceramente não consigo
entender como um profissional qualquer consegue se desenvolver
profissionalmente apenas com a vivencia laboral. A prática correta vem da
teoria. A falta da teoria induz a práticas erradas e ao analfabetismo
profissional. Incentivar a leitura também deve fazer parte do rol de
atribuições do veterano responsável pelo calouro. Lembre-se que você também já
foi um calouro.
IV-SER
HONESTO
Uma
qualidade rara nos dias de hoje. A desonestidade começa em casa, quando o filho
recebe um troco a mais de seu Joaquim da mercearia, chega em casa contando
vantagem e o pai acha bonito. Começa por aí. Depois vem as colas na escola. O
medo é esse talzinho tomar gosto pela desonestidade e conseguir chegar atrás
das grades. Isso se não for morto pelos comparsas ou pela polícia antes. Com a
perdas de valores como família, pátria e civismo, patrocinada pelo Estado
Brasileiro puxa saco da ONU, estamos criando uma geração de frescos, idiotas,
preguiçosos e desonestos.[5]
E esse pessoal dá trabalho. Arrisco-me a dizer que a maioria são
irrecuperáveis. Ser analfabeto científico é top e rezar na cartilha de Paulo
Freire é uma tremenda roubada. Cadê os trabalhos científicos e com revisão de
pares? Honestidade deve ser cobrada e incentivada com veemência pelo veterano.
Para ser um bom profissional não precisa ser desonesto.
V-SER
VISIONÁRIO
Prevenção
é ver além do que os olhos enxergam. É analisar e computar dados e informações
para chegar a uma conclusão. No mundo corporativo não
deve existir otimismo ou pessimismo.[6] Isso é coisa de supersticioso
e empresa não é folclore. Conheço muitas empresas que quebraram com esse
pensamento. Em vez de planejamento estratégico preferiram aderir a
superstições. Deve ser passado para o calouro que um risco reconhecido no PPRA
deve ser tratado em todo o programa até a solução ou prescrição da medida
preventiva necessária e suficiente para redução ou neutralização do mesmo.
Risco não reconhecido é risco inexistente. E risco inexistente é risco não
tratado. E risco não tratado é acidente de trabalho.[7] Uma ação ou
omissão é um antecedente que vai impactar ou causar consequência em algum lugar.[8]
E esse resultado pode ser positivo ou negativo para a empresa ou trabalhador.
Tudo deve ser pensado.
VI-SER
ALFABETIZADO FUNCIONAL E CIENTIFICAMENTE
Apesar
de alguns empregadores e gestores não saberem, esse certamente é o pior
problema corporativo dos dias atuais. Um funcionário que se enquadra nessa
categoria não tem condições de planejar e nem concluir corretamente. Enquanto a
formulação e o entendimento dos problemas corporativos exigem alto nível de
alfabetização funcional, seu tratamento correto que leve a uma conclusão
confiável depende da alfabetização científica. Alguns até que possuem bons
níveis de alfabetização, mas anulam toda sua lógica e razão em função de
paixões e crenças. Tratamento e conclusão de problemas corporativos devem ser
realizados com observância da metodologia científica. Termos como “eu acho” e
“eu creio” já causaram explosões de caldeiras, quedas de trabalhadores e
algumas mortes por asfixia. Com os constantes atentados de malucos com armas de
fogo os Estados Unidos estão pagando um preço altíssimo pelo analfabetismo científico
dos seus políticos (sim, os EUA também possuem um alto nível de analfabetos
científicos). É preciso ser um patrão muito tosco para conceder autorização com
grandes responsabilidades a um trabalhador sem antes verificar a aptidão e promover
a capacitação. Aqui no Brasil os políticos resolvem esse problema extinguindo a
autorização. Estão ocorrendo muitos acidentes fatais de trabalhadores na
construção civil por quedas de altura. E na agricultura, os implementos
agrícolas também estão ceifando muitas vidas. Então vamos proibir a execução desses
serviços. Que primoroso modo de pensar, hein?
VII-INVESTIR
EM SEU MARKETING PESSOAL
Passar
uma boa imagem é essencial. As três coisas mais rapidamente perceptíveis e que
podem destruir ou elevar a imagem de um profissional são:
1o)
Aspecto ou aparência pessoal e educação;
2o)
Conhecimento da língua (português);
3o)
Honestidade;
4o)
Postura profissional.
O
marketing profissional deve começar por aí. Depois é que as demais
características vão sendo percebidas, como por exemplo, conhecimento, habilidades
inerentes a função, cordialidade, etc
Estas
são apenas algumas dicas singelas para boas práticas entre veteranos e
calouros. Convém lembrar que o importante é o veterano se ver no lugar do
calouro, pois ele também já foi um. Por isso tem a obrigação de incentivar,
ensinar o caminho, proteger das armadilhas e oferecer condições para que o
mesmo possa se desenvolver plenamente de acordo com o seu interesse e sua
capacidade. O calouro de hoje pode ser o seu empregador de amanhã. Pense nisso.
Webgrafia:
[1] Profissional
eficiente e eficaz
[2] Analfabetos
funcionais e científicos
[3] Profissionais
que substituem medidas preventivas por orações, rezas e mandingas
[4] Fiscais
do trabalho papagueando que é para renovar apenas a análise global do PPRA
[5] Estamos
criando uma geração de frescos, idiotas e desonestos
[6] No
mundo corporativo não deve existir otimismo ou pessimismo
[7] Risco
não reconhecido é risco inexistente e não tratado
[8] Uma
ação é um antecedente que vai impactar ou causar consequência
Artigos
relacionados:
Citados na Webgrafia.
Ajuda para profissionais de RH/GP e
Administradores
Aqui selecionamos uma série de artigos sobre assuntos de
interesse do Departamento de Recursos Humanos ou de Gestão de Pessoas das
Organizações. Postados de forma sequenciada, os profissionais podem acessar as
informações completas apenas clicando sobre os títulos na ordem em que se
apresentam. Para não sair desta página, o leitor deverá clicar sobre o título
com o mouse esquerdo e em seguida clicar em “abrir link em nova guia”, após
marcar o título.
Boa leitura.
[1] Auxílio para Gestão do
Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP
[2] Auxílio para Gestão de
SSO na área de RH/GP
[4] Auxílio para CIPA
Os riscos e suas implicações
Percepção das vibrações pelo organismo humano
As
vibrações são percebidas pelo organismo humano em função dos valores de
aceleração e de comprimento de onda e da região do corpo onde as mesmas incidem.
As
vibrações ocupacionais podem chegar ao organismo do trabalhador através de um
meio físico sólido ou das ondas sonoras.
PROPAGAÇÃO
POR CONTATO FÍSICO
a)
Assentos e estruturas de máquinas e equipamentos (máquinas agrícolas, veículos
pesados, etc);
b)
Comandos acionados por pés e mãos;
c) Pisos;
d)
Estruturas e outros locais de permanência do trabalhador em contato com o
agente vibrante, sentado ou de pé.
A relação entre
conforto e percepção tende a aumentar com a frequência da vibração. Estudos
indicam que para determinadas frequências os valores variam entre 2 (para frequências
mais baixas) e 4 (para frequências mais altas), considerando as posturas em pé e
sentadas. Levando-se em conta que o prognóstico para determinação de níveis de
conforto às vibrações depende da faixa de frequência considerada, as respostas
podem estar superestimadas ou mesmo subestimadas. Esse fato comprova que não é
indicada a utilização de um fator multiplicativo médio para a curva do limite
de percepção na predição do conforto de trabalhadores as vibrações, conforme reza
a ISO 2631/2 (1989).[1]
REGIÃO DO CORPO
|
FAIXA DE SENSIBILIDADE DA FREQUÊNCIA DA VIBRAÇÃO (f)
|
Tórax e abdômen
|
3 Hz < f < 6 Hz
|
Braços
|
5 Hz <
f < 10 Hz
|
Coluna vertebral
|
10 Hz <
f < 12 Hz
|
Perna rígida
|
20 Hz
|
Mãos
|
30 Hz <
f < 50 Hz
|
Globo ocular
|
60 Hz <
f < 90 Hz
|
Mandíbulas e lábios
|
200 Hz < f < 300 Hz
|
PROPAGAÇÃO
POR ONDAS SONORAS
a) Sons,
infrassons e ultrassons.
As faixas
de interesse se encontram entre as frequências de 0,1 Hz a 1K Hz e entre as
acelerações de 0,1 m/s2 a 100 m/s2 de aceleração rms. Já
as ondas sonoras são detectáveis quando a variação da pressão do ar atinge os 2
X 10-5 Pa (Pascal),[3] mas apenas para frequências em
torno de 1K Hz. O decibel não é uma unidade de medida, mas apenas uma relação
entre duas grandezas variáveis, sendo uma delas tomada como referência. A
pressão sonora de referência é de 2 X 10-5 N/m2:
NPS = 20
log p / po => 20 log p + 94 [dB]
Percepção do som:[4]
PRESSÃO SONORA NPS (dB)
|
PRESSÃO DE REFEERENCIA (N/m2)
|
EXEMPLO DE PERCEPÇÃO ACÚSTICA
|
0
|
2 X 10-5
|
LIMINAR DA AUDIBILIDADE
|
20
|
2 X 10-4
|
SUSSURRO
|
40
|
2 X 10-3
|
TIC TAC RELÓGIO
|
60
|
2 X 10-2
|
CONVERSA NORMAL
|
80
|
2 X 10-1
|
ENCERADEIRA
|
100
|
2
|
PRENSA, SERRA MADEIRA
|
120
|
20
|
MÁQUINAS CORTE CHAPAS METÁLICAS, ESPULADEIRAS,
ETC
|
No caso do
som, para que o mesmo possa ser percebido pelo ouvido humano é necessário haver
uma relação entre a variação da pressão e a frequência. A faixa de
audiofrequência humana está compreendida entre 16 Hz e
20 K Hz. E isso corresponde a uma variação enorme de pressão sonora. O som
depende também da variação de pressão e da frequência e suas relações. Fora
dessa faixa (16 Hz e 20 K Hz), os sons não são audíveis, sendo:
(não são
sons) Infrassom <= 16 Hz e 20 K Hz =>
Ultrassom (não são sons)
Ou seja,
os sons são vibrações mecânicas que se propagam no ar com certas características
de frequência e variação da pressão do ar que possuem a propriedade de
estimular o aparelho auditivo. E como isso ocorre? O ar que respiramos é
constituído por uma solução gasosa onde as moléculas dos gases se movimentam de
forma aleatória no espaço. Essa massa gasosa exerce uma pressão sobre os
objetos denominada pressão atmosférica. Daí quando um objeto vibra causa
alteração no valor da pressão atmosférica normal, comprimindo e distendendo
essa massa de gás. Essa agitação (compressão e depressão) da massa gasosa
ocorre no mesmo ritmo (frequência) da vibração do objeto, que por propagação
(como se fosse uma onda na água quando se joga uma pedra no lago), chega aos
tímpanos, causando a mesma vibração ao mesmo. Isso é o som. A velocidade de
propagação do som depende das características do meio utilizado na sua
propagação. A velocidade do som no ar é dada pela fórmula:
C = 20,05
√T, onde: T = Temperatura absoluta em oK
E
corresponde ao valor aproximado de v = 344 m/s.
Os campos
acústicos formados pelas ondas em propagação no ar são característicos do tipo
da fonte sonora emissora e do meio ambiente onde essa fonte se encontra (espaço
aberto ou com obstáculos). Uma fonte sonora puntiforme propaga o som em todas
as direções. As ondas sonoras se propagam se afastando da fonte de modo
uniforme, exceto se encontrar algum obstáculo. Quando não há obstáculos o campo
acústico formado em torno da fonte é do tipo esférico porque a propagação é uniforme
em todas as direções. Nesse caso, a pressão sonora decresce inversamente
proporcional à distância. Já para grandes distancias de propagação das ondas em
relação a fonte emissora do tipo puntiforme o campo acústico formado é
denominado de plano. Isso, considerando que a pressão é constante em um pano
imaginário situado perpendicularmente à direção do movimento das ondas. Para ondas sonoras propagadas em meios com obstáculos
reflexivos e situados distantes da fonte emissora, o campo acústico formado é
do tipo difuso. No campo difuso as ondas se propagam aleatoriamente, provenientes
da fonte, da reflexão dos obstáculos e de fenômenos de reverberação.
Tal
abordagem é necessária para um melhor entendimento do fenômeno causador de
riscos ocupacionais, promovendo subsídios para o planejamento de medidas
preventivas eficientes.
Referências:
[1] Relação entre conforto e percepção tende
a aumentar com a frequência da vibração
[2] Percepção das vibrações
[2] Pascal
[4] Percepção do som
Artigos
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- - - & - - -
O conhecimento é essencial
para o sucesso profissional.
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